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domingo, 6 de agosto de 2017

DISCURSOS NÃO INSPIRADOS


Minhas palavras de hoje foram embasadas num vídeo que assisti recentemente na internet. Tem relação com os discursos das chamadas “Autoridades Gerais” d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, nas Conferências Gerais Semestrais, ocorridas na cidade de Salt Lake nos meses de abril e outubro de cada ano.
Quando eu era um membro ativo dessa instituição eclesiástica, eu acreditava que os discursos eram “inspirados” por Deus. Acreditava que Ele, o Criador, de certa maneira, falava com seus filhos através daqueles homens que portavam o seu sacerdócio.
Tempos depois, quando abandonei a causa Mórmon, eu descobri sobre as muitas mentiras dessa igreja. Uma delas diz respeito à “inspiração” das Autoridades Gerais nos discursos proferidos nas Conferências Gerais Semestrais da igreja.
Quando um membro plenamente ativo assiste essas Conferências, ele pensa e acredita piamente, que os “líderes” ou oradores são inspirados por Deus.
Não imaginam, que na verdade, existe um “Comitê de Aprovação” criado especialmente para essa finalidade. Ou seja, evitar que alguém fale algo contrário ao estipulado como “a oficial e contemporânea doutrina Mórmon”. Evitar problemas futuros como contrariedades, em detrimento do que já foi estipulado como “inspiração divina”. Evitar discrepâncias, como por exemplo, àquelas proferidas pelos primeiros líderes da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, diferenciando o tratamento dos negros em relação aos brancos. Antigos líderes, incluindo ex-Presidentes “Profetas” como Brigham Young colocaram os negros num patamar inferior aos brancos, negando-lhes o sacerdócio e suas hipotéticas bênçãos.
Esse “Comitê de Aprovação” libera e aprova todos os discursos das Autoridades Gerais da igreja bem antes da data prevista para a realização da Conferência Geral Semestral. Esse comitê corrige, sugere, apaga, risca de forma tachada palavras ou frases, acrescenta algumas em itálicos ou negritos, que poderão ser utilizadas pelos discursantes.
O “Comitê de Aprovação” é formado por membros da Universidade Brigham Young - BYU, mesclados com outros membros eruditos da igreja. Sua finalidade é mais técnica do que divina na análise dos discursos examinados continuamente.
Os membros da igreja, em todos os cantos do mundo, sem perceberem passam informações aos líderes locais da igreja, através de entrevistas pessoais, através de formulários e relatórios de ajuda financeira, através dos valores recebidos em dízimos e outras ofertas, através do histórico anual da Ala, do Ramo ou da Estaca. Esses relatórios seguem para Salt Lake City, sede mundial da igreja Mórmon. Lá nos Estados Unidos, esses relatórios são lidos e estudados. Dessa forma, as “Autoridades Gerais” têm material suficiente para produzir seus discursos.
Aconteceu no ano de 1998. O Presidente da Igreja era Gordon B. Hinckley. Ele fez uma visita às Filipinas. Não o fez sem antes saber das dificuldades daquele povo. Chegando lá, não fez nenhuma promessa de ajuda aos necessitados sem antes cobrar-lhes um preço demasiado alto em troca. Dízimos.
Outra “Autoridade Geral”, bem conhecida dos brasileiros, James E. Faust lembrou mais tarde desse incidente:


“Por que os membros de todo o mundo, muitos dos quais não têm o suficiente para suas necessidades diárias, são encorajados a guardar a lei do dízimo do Senhor? Conforme o Presidente Gordon B. Hinckley disse em Cebu, nas Filipinas, se os membros ‘mesmo vivendo na pobreza e miséria (…) aceitarem o evangelho e o viverem, pagando dízimos e ofertas, mesmo que seja pouco, (…) terão arroz no prato, roupas para vestir e um teto para abrigá-los. Não vejo nenhuma outra solução’ [“Pensamentos Inspiradores”, A Liahona, novembro de 1998, p. 2].


Essa citação foi utilizada em diversos serões, por vários líderes da Igreja como “inspirados”.  Na verdade, nós aprendemos aqui, que quando existe uma deficiência no “Sistema Administrativo Mórmon”, de ordem financeira ou não, em alguma parte do mundo, haverá pelo menos, um discurso numa “Conferência Geral Semestral”, voltado para essa deficiência. Por exemplo, se um país tem uma certa quantidade significativa de membros, estando esse país com sua economia estabilizada, mas na igreja não há percepção, em seus cofres, de uma significativa quantia de entradas através de doações de dízimos, alguma "Autoridade Geral", ou mesmo o Presidente da Igreja citará de forma “disfarçada” esse problema, pronunciando ou não o nome do país num discurso.
Uma coisa é certa, a Autoridade que ficar encarregada para falar sobre o tal problema isolado e regional fará uma promessa em seu discurso, condicionada à exigência de algum sacrifício dos membros daquele lugar. O hipotético milagre só será percebido depois do sacrifício. Vejamos novamente o exemplo do Presidente Hinckley para os membros das Filipinas.
Para os membros ativos da Igreja, essas são as chamadas inspirações. Para mim, de inspiração não vejo nada. Percebo apenas o estudo dos relatórios previamente encaminhados à Salt Lake City. Os discursos são preparados e mandados para o “Comitê de Aprovação” com bastante antecedência. Esse tempo é necessário, inclusive para um bom treinamento feita pelo orador.
Certa vez, no final dos anos 1990, o falecido membro da Presidência da Área Brasileira, membro do Segundo Quórum dos Setenta, Helvécio Martins falou-nos num discurso, sobre sua preocupação de preparar o seu discurso para a próxima Conferência. Naquela ocasião, faltava alguns poucos meses e ele ainda não tinha feito ou alterado o seu. Interessante, eu era um membro plenamente ativo e nunca me importei com isso. Não percebi que tudo era feito de forma técnica e mecânica. Nada de inspiração divina.
O Apóstolo Dallin H. Oaks certa vez, num de seus discursos num Serão para Adultos Solteiros na Universidade Brigham Young - BYU comentou que precisou mudar seu próximo discurso três vezes. Tudo por força do “Comitê de Aprovação”.
Depois de aprovados, os discursos são digitados, traduzidos, digitalizados, preparados para o uso em diversas mídias muito antes do seu pronunciamento na Conferência.
No dia da Conferência, todos os membros vêem o líder pronunciando seu discurso, como se esse fosse de fato, um discurso inspirado por Deus. Não percebem a postura robotizada do orador. Alguns até pensam que as palavras servem para suas vidas. Seria como se o próprio Deus estivesse falando através daquele homem para reprimir-lhe por algum “pecado”. Com certeza, esses não são discursos inspirados. Meu nome é Antonio Carlos Popinhaki. Eu fui membro dessa corporação por longos dezoito anos. Sei bem do que falo ou escrevo no tocante a estes assuntos.

Um comentário:

  1. Outra decepcao com a igreja, assim enganar as pessoas e muito facil, discurso muito bem feito, tecnicas de manipulacao, pessoas carentes e crentes, procurando uma coisa pra se apegar nesse mundo , quem nao cairia ou se encantaria por essa igreja ? A pessoa que entra nessa igreja e tao iludida, tipo fica num transe , que ate pedir que pessoas que mal tem o comer , paguem o dizimo , eles acham normal . Minha mae uma senhora de 77 anos, por problemas financeiros causados numa reforma na casa dela, causados por um pedreiro aproveitador para nao usar outra palavra e que por sinal membro da igreja querido e considerado um exemplo, minha mae ficou sem pagar o dizimo por uns meses, entao foi chamada no bispado e foi dito pra ela que a recomendacao nao seria renovada ate que ela voltasse a pagar o dizimo,entao por conseguinte , nao poderi entrar no templo.
    O conselheiro que foi aluno dela por anos na primaria, nao perguntou o motivo dela nao esta pagando o dizimo, se ela estava precisando de ajuda, NADA !! Minha mae ficou muito triste, eu fiquei com muita raiva , nao foi justo o que fizeram com ela , minha me era do tipo de pessoa que ia a igreja ate doente e servia muito na igreja, assim e o mormonismo, a unica coisa que interessa e dinheiro.

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