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quarta-feira, 8 de agosto de 2018

HÁ VIDA LONGE DO MORMONISMO


Fui chamado para ser missionário na Missão Buenos Aires/Argentina. Na ocasião, eu tinha uma namorada que me apoiava muito. Eu mesmo não sabia muito bem o que poderia acontecer na missão, pois como membro novo não tinha entendimento suficiente. O que eu tinha mais evidente era medo do que estava por vir.
Um mês antes de sair para a Missão, a minha bisavó acabou falecendo. Junto com o sofrimento por sua perda, eu tive uma grande depressão, tristeza e angústia. Em minha cabeça, eu comecei a pensar se realmente eu queria ir para a Missão. Se realmente era isso o que mais importava naquele momento de sofrimento. Acredito que todo aquele turbilhão de pensamentos e conflitos foram justamente por causa da perda da minha bisavó, justamente no momento em que eu mais estava apreensivo por causa do chamado missionário. Coincidência ou não, um fato triste e o medo do futuro como missionário, somados, me deixaram, entre outras definições, confuso.
Minha namorada me apoiava em qualquer que fosse a minha decisão, ir para a Missão ou não. Minha família também queria que eu fosse para a Missão. Acabei cedendo. Tornei-me um missionário da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, mais por pressão externa do que por minha própria iniciativa.
Aquela decisão forçada foi a pior escolha que eu fiz na minha vida. Acabei voltando para casa três meses depois com vários problemas psicológicos. Como sempre tem que ter um culpado, meus pais culparam minha ex-namorada. Acabamos o namoro. Eu fiquei sem rumo e acabei acatando o que minha família dizia. Fui morar na casa dos meus pais e tentar viver uma vida de harmonia familiar. Continuamos todos, como família, a frequentar as reuniões da Igreja, porém, eu sabia que seria uma questão de tempo para eu sair fora.
No ano passado, eu conheci uma mulher que hoje é a minha noiva. Essa mulher me deu muito conhecimento. Ela me ajudou a sair definitivamente do mormonismo. Ela me deu muita luz e entendimento. Me falou do que eu nunca tinha vislumbrado dentro da Igreja, como doutrina.
Minha família voltou-se contra mim e a minha noiva. Acho que não importa muito. Sei que eles entenderão no seu devido tempo. Acusam minha noiva de ter “feito a minha cabeça” com inverdades. Apesar disso, eu não tenho ressentimentos com eles.
Hoje, estou sem ir na Igreja e não sinto falta disso. Minha família que é influente na cidade onde moramos, não sabe muito bem como lidar com isso. O que importa realmente é que eu me sinta bem. Acredito que todos têm um tempo no mormonismo e para deixar o mormonismo. Alguns ficam poucos meses, outros, alguns anos. E outros, décadas. Espero que minha família abra os olhos o mais rapidamente possível. Eles precisam entender que “há vida longe do mormonismo”.

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