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terça-feira, 2 de abril de 2019

COMO FOI QUE EU PERMANECI LÁ POR 18 ANOS?


Algumas pessoas me taxam na cara! “Como é que você ficou 18 anos para descobrir que a Igreja não era como você imaginava? Isso é no mínimo, ridículo”. E o pior é que esses mesmos que me dizem tais palavras estão corretíssimos. Foi ridículo eu permanecer com a minha família por 18 longos anos dentro de uma organização fraudulenta, crendo que era organizada sob ordens divinas.
Então eu fico imaginando sobre a quantidade de pessoas que são enganadas diária e cotidianamente com a farsa chamada mormonismo. Já imaginaram a quantidade de pessoas que crêem piamente, que confessam seus pecados, seus medos, suas frustrações e seus desejos aos líderes dessa organização? E ainda, a quantidade de pessoas que tal como eu confiaram num homem, achando que ele era inspirado por Deus? Que tinha poderes sobrenaturais?
Quantos não conseguem se encontrar, não conseguem ter uma vida razoável de felicidade conjugal e familiar, porque são privados pela interferência doutrinária em suas vidas?
E os jovens? Fico imaginando a quantidade deles frustrados com as exigências pautadas nos manuais SUDs de moralidade destinados à juventude, lutando contra a pornografia, contra o impulso da masturbação, contra as mudanças dos seus próprios corpos por causa da puberdade. Mesmo assim, tendo que encarar cotidianamente os pais, os líderes da Igreja e as escrituras tendenciosas dos Santos dos Últimos Dias.
Casamentos infelizes, vidas infelizes, pseudo defeitos na psique, na cognição, desvios da realidade em prol da defesa de uma pretensa verdade, sem provas ou critérios lógicos. Por mais que haja esforço pessoal, não dá para suportar por muito tempo. Por isso, entre os Mórmons, há estatisticamente o maior índice de consumo de antidepressivos, de pornografia paga e de suicídios.
Como foi mesmo que eu permaneci por 18 anos nesse engodo? Creio que todos temos um tempo de bobeira. O meu durou quase duas décadas. Infelizmente alguns demoraram bem mais tempo para abrirem seus olhos para a realidade. Felizmente, depois que eu abandonei a seita, nunca mais pisei dentro de uma capela. Não é por medo, mas sim, por causa da raiva que eu tenho de mim mesmo, de ter permanecido sob o jugo amnésio por tanto tempo.
Meu texto é apenas um pequeno desabafo, sem querer culpar ninguém ou me justificar. É também um alerta para qualquer um que queira saber mais sobre a organização Mórmon. Há, com certeza a necessidade de uma extensa e intensa pesquisa antes de qualquer decisão que leve à filiação na seita através do batismo.

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