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segunda-feira, 13 de junho de 2011

TROCA DE ELDERES POR SISTERES!


Quem já foi missionário de tempo integral, entenderá bem o meu assunto de hoje. De tempos em tempos, as Missões da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, seja qual for, fazem mudanças um tanto “radicais” no serviço de proselitismo. A “Inspiração divina” vem do Presidente da Missão. Ele tem uma “brilhante ideia” e resolve experimentar algo novo, ousar mais. Objetivando o produto final da Missão, “Batismos”. Isso acontece em todos os lugares.
As unidades que pertencem à área geográfica da Missão são mapeadas e monitoradas através de números apresentados pelos missionários de tempo integral. Quando o serviço não está satisfatório, é necessário algo novo. Algo que possa criar um impacto. Algo que traga os prosélitos para a Igreja através de batismos. Não é a Deus que o Presidente da Missão vai buscar “inspiração”. Geralmente a “inspiração” vem da esposa, de outros líderes e também de suas reflexões. Deus é a última pessoa a ser incomodada.
Não foi diferente aqui na cidade de Curitibanos. A Igreja já estava organizada por aqui há mais ou menos duas décadas. Era o ano de 1992, o pequeno Ramo, às vezes, pertencia ao Distrito de Lages. Às vezes, quando o Distrito era dissolvido, pertencia à Missão Brasil-Curitiba.
Devido à falta de liderança local, O Ramo Curitibanos ia literalmente, de “mal a pior”. Constantemente havia troca de Presidente de Ramo, e consequentemente, troca de liderança generalizada. E nada surtia o efeito desejado. A Igreja não crescia. Era sempre o mesmo punhado de pessoas nas reuniões dominicais. Uns 30 membros era a média da frequência, cuidadosamente apurada. Domingo após domingo. Sempre a mesma coisa.
Chamavam o local de “o buraco da Missão”. Até os missionários não queriam vir para cá. Outro nome dado era “zona morta”. Só para vocês terem uma ideia, após a nossa chegada em Curitibanos, apenas umas 4 famílias davam o famoso “almoço” para os missionários. Minha família e mais três. Isso chegava a ser pesado para nós, pois era toda semana garantido. Às vezes vinham duas duplas e às vezes até mais. Não sei precisar de onde saiam os outros missionários. Acho que eram “LZs” ou “Assistentes”. Na porta da casa dos missionários de tempo integral, num pequeno apartamento, tinha uma placa bem grande escrito “Batcaverna”, com o símbolo do “Batman”.
Havia quase três anos que eu estava em Curitibanos, como membro da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Ainda não fazia um ano que eu era o Presidente do Ramo. Eu gostava de registrar tudo. Tinha aprendido na Igreja a manter um diário. Por isso, de tempos em tempos, colocarei algumas anotações aqui no blog.
Passava por aqui os piores e os melhores missionários disponíveis na Missão Brasil-Curitiba. Quando os melhores não conseguiam um bom resultado, o Presidente mandava os piores.
Tinha um missionário. Gaúcho, grosso no seu jeito de falar e de tratar as pessoas. Aparentemente, “com problemas psíquicos”. Era totalmente descaracterizado como um missionário Mórmon. Ele batizava qualquer pessoa. Convidava as mais ignorantes possíveis, das periferias da cidade. As persuadiam de que, para viver uma vida melhor, deveriam dar um “mergulho” na pia batismal da capela. Isso não precisava ser numa reunião batismal, com membros do Ramo presentes. Faziam isso, geralmente nos dias de semana, à tarde, noite e tarde da noite. Teve gente que se batizou meia-noite.
Tudo o que ele pedia para a pessoa que aceitava o batismo é que ela viesse uma única vez na igreja no domingo. Só uma única vez. Após a visita do recém-mergulhado, o Elder jogava a tal ficha batismal de cor rosa na mesa do Presidente do Ramo. Ele dizia: “Agora é com vocês, nossa parte nós já fizemos”.
De vez em quando discutíamos, eu e os missionários. Eles faziam esse tipo de serviço e depois ficavam cobrando visitas aos recém-batizados por parte dos membros que eram escassos. Todos nós trabalhávamos para sustentar nossas famílias. Não é fácil conciliar trabalho e horas de folga para visitar não sei quem.
Os missionários batizavam somente os mais pobres e os mais ignorantes. Aqueles que não tinham o que comer. Não tinham estudo e também eram na maioria semianalfabetos. Quando não, eram analfabetos mesmo. E ainda, tinham os bêbados e viciados em drogas. Essas pessoas, na sua maioria, não tinham a consciência do ato que estavam praticando. Eram apenas pessoas aliciadas. Não tenho nada contra batizar essas pessoas, mas a minha crítica é sobre a forma da abordagem e convencimento. Nem as seis palestras eram dadas, apenas um resumo muito superficial.
O objetivo desses missionários não era levar ninguém a Deus. Apenas queriam mostrar ao Presidente da Missão que eram máquinas de batismo.
Quando o Presidente da Missão acordava e percebia que não estava funcionando uma determinada técnica, resolvia trocar. Acho que o Presidente era “maluco” também. Devia pensar, “meus missionários estão batizando muitas pessoas em Curitibanos. Como é que a frequência na Reunião Sacramental não sobe? Os membros não estão fazendo o seu serviço de membros”. Assim, foram removidos os élderes e substituídos por sísteres.
Ai veio outro problema. Elas se apegavam muito a determinadas famílias e não saiam das suas casas. O serviço missionário? Deixemos prá lá! Nunca deu certo mesmo.
Se isso é a Igreja verdadeira de Deus, ele deve ter errado em muito, pois a sua organização, não tem nada de celestial. É uma bagunça imensa o que os seus representantes fazem aqui na terra em matéria de obra missionária.



Pela primeira vez na história deste Ramo, o Presidente da Missão Brasil-Curitiba (Lymann Daniel Covington) retirou os missionários de tempo integral e substituiu por Sísteres. Elas devem chegar dia doze próximo. Ontem, recebemos a visita de dois missionários da cidade de Lages. Elder Libânio e Elder Neves. Vieram para acertar os últimos detalhes sobre a casa e aluguel onde as sísteres residirão. Foi alugada uma casa pertencente ao irmão Miguel Antonio Zembrani, situada na Rua Carlos Goetten nº 61, Bairro bom Jesus. Amanhã, segunda-feira, dia dez de fevereiro de 1992, providenciaremos a mudança dos móveis das missionárias, que estão guardados nesta Capela, na sala cinco. Estamos confiantes de que poderemos ter grandes resultados nos próximos dias, meses e anos”. (Antonio Carlos Popinhaki - Presidente do Ramo Curitibanos 09/02/1992)

4 comentários:

  1. Olá, tenho acompanhado seu blog. Fui membro por 30 anos. fui missionário de tempo integral, bispo e por útimo presidente de estaca. Durante muitos anos as questões polêmicas passavam por minha mente como se fossem algo o "inimigo". Não pude deixar de olhar os fatos com os olhos da razão e então saí da igreja. Qualquer pessoa sensata não se batiza na igreja...rsrsrsr
    Somos tomados pela carência afetiva e quando encontramos os missionários com todas as respostas nos impressionamos e entramos para a igreja. Participei de quase todas reuniões possíveis dentro da igreja. Reuniôes de que mais pareciam reuniões de negócios. Quando era presidente de estaca comecei a questionar as autoridades gerais sobre as controvérsias da igreja. A falta de respostas coerentes, se quer razoavelmente esclarecedoras fizeram um despertar em mim que jamais eu pensei que poderia ter.Para os suds eu me tornei um apóstata, um rebelde...um iníquo...
    Dividido entre a razão e a emoção por parte da minha família.Opteia razão. Pode imaginar o escarcéu que foi, o desespero, meus pais são membros, irmãos, cunhados,sogra, esposa, filhos.
    Com ares de pena começaram a praticar o preconceito inconciente e aos poucos estou perdendo a amizades deles. Mas emfim a verdade acima de todas as coisas, se como seres recionais não podemos questionar, para que um cérebro? E graças ao mormonismo me tornei ateu. E sou feliz por isto e só acredito em q se possa provar.
    Entro em salas de bate papo e divulgo o site da investigadora entre os porprios membros. Sou feliz pela minha conciência e por viver uma vida real...
    Que sigamos em frente, sem recuar!
    Uma outra coisa: as reuniões da igreja são sempre treinamentos e mais treinamentos, ensinando as pessoas no q acreditar, como acreditar, como fazer e até mesmo ensinando o q se deve comer. Um outro dia desses uma autoridade geral falando sobre economia aconselho os membros a fazerem suas compras sempre com dinheiro a vista, ao final da reunião algumas pessoas comentavam entre si: "a igreja é verdadeira mesmo, até com isto o profeta se preoucupa com nós"... Pode uma coisa dessas? Pessoas assim sempre terão o tal de "testemunho"
    Um grande abraço...
    Ernesto Che, Rio Grande do Sul
    ernestoche2011@hotmail.com

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    1. Qualquer economista aconselha a pagar sempre a vista, para evitar dividas indesejáveis. Nos EUA, por exemplo, os cartões de crédito geralmente não parcelam compras como no Brasil, que divide "a perder de vista...".

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  2. Caro Ernesto Che!
    Fiquei muito comovido por vosso comentário. É a primeira vez que um ex Presidente de Estaca comenta no meu blog. sinto muito por seus familiares estarem se afastando gradativamente de você. Mas uma coisa eu e você poderemos esperar que aconteça. O tempo será o remédio e muitos deles encontrarão a razão também. Felizmente, consegui tirar toda a minha familia quando saí da Igreja. Mas penso continuamente naqueles que conseguem enxergar além das garras do mormonismo e nao conseguem persuadir esposa, filhos, pai, mãe. Isso é, deveras, triste. Só podemos esperar que o tempo e as nossas iniciativas de divulgação do que é realmente o mormonismo, possam chegar até eles. Eles só precisam ter a dúvida. Quando eles tiverem dúvida, já será um bom começo.
    Como ex presidente de Estaca deves ser uma pessoa inteligente e culta, o suficiente para não entrar em atrito com eles ao ponto de que fiquem ainda mais afastados de você.
    No mais, te desejo toda a sorte e paciencia. Por favor divulgue o meu blog também nas salas de chats ou bate papo.
    Obrigado por ser um leitor do meu blog.
    Um abraço amigo!

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  3. Bateu o desespero.Siteres(sic) loura, bonita e americana, de preferência.Bota as "bichinhas" lá na periferia e os batismos de rapazes vão lá prá cima.O mesmo vale para os elderes(sic)Se vão ficar na igreja ou não, pouco importa, o mais importante são os números, sempre os números.

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