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quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

A INVESTIDURA (ENDOWMENT) - INICIATÓRIA


A cerimônia de investidura, ao contrário do batismo, leva várias horas para ser concluída. Somente Mórmons adultos estão autorizados a participar.


A cerimônia de investidura é uma espécie de rito de iniciação, com dramatização, instrução, senhas, juramentos, e exames. É constituída por duas partes: uma preliminar, a cerimônia de "lavagem e unção" e a segunda, a investidura propriamente dita.


A primeira vez que um Mórmon passa pela cerimônia de investidura, é em seu próprio benefício, e ele participa de ambas as partes.


Ao ser investido pelos mortos, em uma ocasião diferente da que realizou a cerimônia para si, é habitual que uma pessoa aja como representante  do falecido na lavagem e unção, mas uma outra pessoa, mesmo em um dia diferente, poderá fazer o restante da cerimônia por aquele morto.


Além disso, a única diferença real entre a cerimônia para os vivos e a para os mortos é a inserção da frase "para e em nome do NN, que está morto" no momento adequado.


Brigham Young, na ocasião do lançamento da pedra fundamental do templo de Salt Lake, descreveu a importância da investidura como a chave para a entrada no mais alto grau de glória:


"Seu ‘endowment’ é para receber todas as ordenanças da Casa do Senhor que são necessárias para que, depois de ter deixado esta vida, você possa caminhar de volta à presença do Pai, passando pelos anjos que ficam como sentinelas, e estando aptos a dar-lhes as palavras-chave, os sinais e símbolos, pertencentes ao Santo Sacerdócio, e ganhar a sua exaltação eterna". [1]


HISTÓRICO


No início de outubro de 1835, Joseph Smith Jr. ensinou aos seus apóstolos sobre a aguardada ‘Investidura (Endowment)’, que lhes garantiria o ‘poder das alturas’ [4]


Atualmente, os Mórmons falam em ‘endowments’ ao referirem-se à ordenança de ‘endowment’ realizada nos templos.
Entretanto, parece que durante o início da igreja, os membros consideraram ter recebido seus ‘endowments’ durante a dedicação do templo de Kirtland. Este endowments eram as bençãos espirituais de Deus, manifestadas através de visões, profecias, falar em línguas e sentir o Espírito Santo.


Todos estes dons espirituais ocorreram após ordenanças especiais associadas à dedicação do templo: lavagem, unção, bênçãos, partilhamento do sacramento, ‘selamento’ (um conjunto de cerimônias envolvendo gritos de Hosana), lavagem dos pés, entre outros. Mas nada parecido do que hoje é denominado de ‘endowment’ [5]


Este ritual ‘pré-endowment’ do templo de Kirtland era muito simples, semelhante às lavagens e unções descritas no Velho e Novo Testamento [6]


A primeira parte deste ritual foi feita em 21 de janeiro de 1836, quando a primeira presidência “realizamos a ordenança de lavar nossos corpos em água pura. Nós também perfumamos nossos corpos e cabeças, em nome do Senhor.”


Após abençoar e consagrar óleo para esta cerimônia, a presidência colocou a mão sobre a cabeça, a partir do mais velho até o mais novo, abençoando e ungindo cada um.


Após vários dias ungindo outros sacerdotes da igreja, em 6 de fevereiro de 1836, Joseph Smith uniu todos os iniciados para receberem o selamento de suas bênçãos. Este selamento foi realizado por Sidney Rigdon, após o qual os participantes “gritaram  em um tom uníssono uma Hosana solene ao Senhor e ao Cordeiro, com Amém, Amém e Amém”.


Cerca de um mês e meio após a dedicação do templo, Joseph ordenou que fosse introduzida a lavagem dos pés; dois dias depois, a presidência lavou os rostos e os pés, e então lavaram os pés dos demais.


Em seguida, todos “partilharam o pão e o vinho”. Finalmente, após administrar estas ordenanças em cerca de 300 homens da igreja, Joseph Smith declarou que “havia agora completado a organização da igreja e todos haviam passado por todas as cerimônias necessárias”. [7]


Interessante que, cinco anos após estes rituais, já em Nauvoo, em janeiro de 1841, uma nova revelação ordenava que os Santos realizassem unções, lavagens, batismos pelos mortos e assembléias solenes [8]


Joseph “instruiu-os sobre o princípio e a ordem do Sacerdócio, realizando as lavagens, unções, endowments e a comunicação das chaves pertencentes ao Sacerdócio Aarônico, e também na ordem maior do Sacerdócio de Melquisedeque, ordens pertencentes aos dias do passado... neste conselho, foi instituída a antiga ordem das coisas pela primeira vez nestes últimos dias”. [9]


Como estas cerimônias se originaram?


Para os Mórmons que acreditam que o Sacerdócio Aarônico foi restaurado por João Batista e que o Sacerdócio de Melquisedeque foi restaurado por Pedro, Tiago e João, não havia dúvidas que a inspiração havia dirigido Joseph Smith.


Porém, em nenhum lugar Joseph deixou registrado como o endowment deveria ser! Há apenas uma citação dele, dizendo:


“Todas essas coisas referentes à este conselho [endowment] são sempre governadas pelo princípio da revelação” [10]


O que chama a atenção é que há um espaço no diário de Joseph Smith entre outubro de 1839 e dezembro de 1842. Para uma ordenança tão importante e essencial, é curioso que não haja nenhum documento, anotação ou referência que descreva a revelação à Joseph ou aos seus associados.


Devemos lembrar que as cerimônias dos templos, como Talmage explica, possuem o plano de salvação do homem – a criação, queda e o sacrifício expiatório de Cristo. Com a culminação dos ensinamentos de Smith que o homem não era apenas filho de Deus, mas que poderia tornar-se um Deus, o templo atualmente oferece rituais sagrados para que esse objetivo possa ser alcançado.


(A falta de referências sobre o endowment mostra como o livro History of the Church foi compilado. De acordo com Dean C. Jessee, Joseph escreveu muito pouco em seu diário e sobre sua história. De fato, quando ele morreu, sua história estava completa apenas até 1838. Onze homens escreveram sua história, usando mais de 20 fontes manuscritas diferentes. O principal contribuidos, George A. Smith, lembra-se de “um imenso trabalho, que requisitou os mais profundos pensamentos e as melhores aplicações, pois haviam apenas duas ou três palavras em algumas sentenças.”) [11]


Vários SUDs apontam para rituais antigos e similares aos hoje realizados nos templos, sugerindo que estas cerimônias seriam apenas vestígios distorcidos pelo tempo e pelas mudanças culturais das ordenanças originais explicadas à Adão e Eva.


Exemplos destes rituais sagrados são os cultos misteriosos do velho mundo, particularmente em Nag Hammadi, Qumran e Grécia, que possuem uma purificação preparatória através do banho ritual, instruções especiais de conhecimentos secretos, narração ou representação dramática de uma história sagrada, e coroação dos iniciados como membros da sociedade secreta coom promessa de vida imortal após a morte.


Porém, sabendo do profundo envolvimento de Joseph Smith e dos primeiros SUDs com a maçonaria, muitas questões surgem. Leia mais AQUI.


Embora introduzido por Joseph Smith Jr., fundador da religião, muitos ramos seguidores de Smith (como a Comunidade de Cristo) não acreditam na ordenança de lavagem e unção como parte essencial da religião, e deixaram de praticá-las.


Outros, como a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, fizeram várias alterações nos rituais templários. Por exemplo, até 1912, no templo de Salt Lake, Utah, havia um total de dez grandes banheiras (figura de uma ao lado), que eram usadas para banharem os iniciados. Mudanças posteriores eliminaram a lavagem nessas banheiras e, portanto, a nudez total.


Em 18 de janeiro de 2005, a Igreja SUD mudou o ritual de lavagem e unção para eliminar o toque em partes desnudas do corpo pelo oficiante. Assim, o garment é colocado ANTES da lavagem, que passou a ser mais simbólica, deixando o corpo do candidato menos exposto. [2].


A CERIMÔNIA INICIATÓRIA - LAVAGEM E UNÇÃO APÓS 2005


Na igreja SUD, a lavagem e unção (também chamada de iniciatória) é uma ordenança praticada nos templos como um ritual de purificação pela água e uma unção com óleo, que preparam o participante para tornar-se "rei e sacerdote" ou "rainha e sacerdotisa" na vida após a morte.


Homens e mulheres se submetem à esta parte da investidura em locais separados, mas idênticos. Oficiantes Masculinos realizam o ritual para os homens, e oficiantes do sexo feminino para as mulheres. A cerimônia é a mesma para os membros de ambos os sexos, com exceção da ordenação sacerdotal, pois as mulheres não podem possuir o sacerdócio.


Cada participante vai para um vestiário, despe-se completamente e coloca, pela primeira vez, uma roupa especial chamada “garment”. Esta é uma roupa branca lisa, com pequenas marcas simbólicas bordadas no joelho direito, no umbigo e em cada mamilo. Sobre o garment, é colocado um tipo de poncho branco, aberto em ambos os lados.


O participante, então, dirige-se ao local apropriado, onde os oficiantes do templo estão esperando-o.


Os homens são primeiro ordenados ao sacerdócio Mórmon. A ordenança é realizada por oficiantes, que com suas mãos sobre a cabeça do participante, pronunciam uma oração padronizada.


A lavagem e unção ocorrem em duas etapas. Na primeira, o oficiante, com a mão umedecida com água, toca a testa do participante, e declara que a lavagem é para preparar o candidato para “receber sua unção”. O oficiante recita, então, as partes do corpo que estão sendo simbolicamente lavadas. [2]


“Eu lavo sua cabeça, que o seu cérebro e seu intelecto para ser claro e ativo;

seus ouvidos, para que você possa ouvir a palavra do Senhor;
seus olhos, para que você pode ver claramente e distinguir entre a verdade e o erro;
seu nariz, para que você possa sentir cheiros;
seus lábios, para que você nunca fale dolo;
seu pescoço, que pode manter alta a sua cabeça corretamente;


seus ombros, para que possam suportar os encargos que devem ser colocadas sobre os mesmos;

suas costas, para que possa haver medula nos seus ossos e na sua espinha;
seu peito, para que possa ser o receptáculo de princípios puros e virtuosos;
suas entranhas e intestinos, para que possam ser saudáveis e desempenharem as suas funções corretamente;
seus braços e mãos, para que possam ser fortes e empunhar a espada da justiça em defesa da verdade e da virtude;
seus quadris, para que você possa ser frutífero, e multiplicar e encher a terra,que você possa ter alegria em sua posteridade;
suas pernas e pés, que você possa correr e não se cansar, e andar e não se fatigar.”


Um segundo oficiante entra, ambos colocam as mãos sobre a cabeça do iniciado e o segundo oficiante sela a lavagem com uma oração:


“Irmã(o) _________, tendo autoridade, nós colocamos nossas mãos sobre sua cabeça [para e em nome de _________, que está morto], e selamos sobre você esta lavagem, que você possa tornar-se limpo do sangue e dos pecados desta geração, através de sua fidelidade, em  nome de Jesus Cristo. Amém.”


Na segunda etapa, o oficiante coloca sobre a testa da pessoa um óleo ‘consagrado’, e afirma:


“Irmã(o) _________, tendo autoridade, eu verto esse óleo santificado de unção sobre a sua cabeça [para e em nome de _________, que está morto], e o unjo o preparo para se tornar um rei e um sacerdote de Deus Altíssimo, para reinar sobre a casa de Israel para todo o sempre.”


Em seguida, proclama:
“Eu unjo sua cabeça, que o seu cérebro e seu intelecto para ser claro e ativo;
seus ouvidos, para que você possa ouvir a palavra do Senhor;
seus olhos, para que você pode ver claramente e distinguir entre a verdade e o erro;
seu nariz, para que você possa sentir cheiros;
seus lábios, para que você nunca fale dolo;
seu pescoço, que pode manter alta a sua cabeça corretamente;
seus ombros, para que possam suportar os encargos que devem ser colocadas sobre os mesmos;
suas costas, para que possa haver medula nos seus ossos e na sua espinha;
seu peito, para que possa ser o receptáculo de princípios puros e virtuosos;
suas entranhas e intestinos, para que possam ser saudáveis e desempenharem as suas funções corretamente;
seus braços e mãos, para que possam ser fortes e empunhar a espada da justiça em defesa da verdade e da virtude;
seus quadris, para que você possa ser frutífero, e multiplicar e encher a terra,que você possa ter alegria em sua posteridade;
suas pernas e pés, que você possa correr e não se cansar, e andar e não se fatigar.”


Um segundo oficiante entra, ambos colocam as mãos sobre a cabeça do iniciado e o segundo oficiante sela a unção com uma oração:


“Irmã(o) _________, tendo autoridade, nós colocamos nossas mãos sobre sua cabeça [para e em nome de _________, que está morto] e confirmamos sobre você esta unção, que você seja ungido no templo do nosso Deus como preparação para se tornar um rei e um sacerdote do Deus Altíssimo, para governar e reinar sobre a casa de Israel para sempre, e selamos sobre você todas as bênçãos aqui, sobre ti, através de sua fidelidade, em nome de Jesus Cristo. Amém.”


Há uma diferença na lavagem e unção realizados entre os homens e mulheres.


Após as duas etapas da cerimônia, o oficiante coloca suas mãos sobre a cabeça do homem e "sela" a lavagem e a unção e indica que "a pessoa pode tornar-se limpo do sangue e dos pecados desta geração, através de sua fidelidade." [2 ]


No entanto, as mulheres não passam por esta segunda etapa. Ao contrário, durante a lavagem e unção das mulheres, é informado pela oficiante que "os teus pecados estão perdoados e você está totalmente limpa" [3].


Em seguida, a pessoa recebe um "novo nome", que será utilizado como uma senha necessária para a entrada no Reino Celestial.


Esta ‘senha’ geralmente é um nome comum de algum personagem da Bíblia ou o Livro de Mórmon. Porém, poucos Mórmons sabem que no mesmo dia, todos os iniciados do mesmo sexo recebem exatamente o mesmo nome. Assim, caso ele se esqueça o seu novo nome, basta informar no interior do templo a data de sua ordenança, e este será facilmente recuperado.


Se a iniciatória é feita em favor próprio, a seguinte oração é feita:


“Com este garment, eu dou-lhe um novo nome, que você deve sempre se lembrar e que deve manter sagrado e nunca o revelar, exceto em um determinado local que será mostrado a seguir.
O nome é _________.”


No caso de uma pessoa que recebe o endowment em nome do morto, a pessoa é apresentada à uma oficiante, que pronuncia as seguintes palavras:


“Irmã (o)_________, tendo autoridade, dou-lhe um novo nome e em nome de _________, que está morto, o que você deve sempre lembrar e que você deve manter sagrado e nunca revelar, exceto em um determinado local que será mostrado a seguir.
O nome é _________.”


Estas ordenanças são assim realizadas desde a última alteração, em 2005. Antes, o candidato ficava nu sob o poncho e tinha as partes de seu corpo tocadas diretamente pelo oficiante, o que causava um óbvio e crescente constrangimento - veja as fotos acima.


Observações - as fotos são encenações do que acontecia dentro dos templos SUD, e encontra-se no filme "The God Makers".


Como já ressaltado, hoje os candidatos já vão vestidos com o garment e com o poncho sobre este, e as diversas partes de seus corpos não são mais tocados como aparecem nas fotos.
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Notas


1 - Journal of Discourses, vol. 2, p.315, 6 de abril de 1853
4 - History of the Church, 2:287.
5 - History of the Church, 2:380-383, 386-388, 392, 427-428, 430-433.
6 - Lev 8; Marcos 6:13; Lucas 4:18; 7:38,44; João 13-1-16; I Tim 5:10; Tiago 5:14.
7 - History of the Church 2:410-433.
8 - DeC124:39.
9 - History of the Church 5:1-2.
10 - History of the Church 5:2
11 - Smith para Wilford Woodruff, 21 de abril de 1856, citado em Jessee, 1971, p.472.


Extraído do Blog Investigações SUD
http://investigacoessud.blogspot.com.br/2009/12/doutrina-sud-11-endowment-1-cerimônia.html


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