Joseph Smith Jr. dizia que o egípcio reformado era uma língua que homem algum conhecia, mas era a língua na qual Mórmon (o pai de Morôni) escreveu as placas de ouro por volta dos anos 384 a 421 d.C., pouco antes de morrer. Para muitas pessoas que usam da racionalidade constitui um problema que essa língua fosse reproduzida no Livro de Mórmon com as mesmas palavras da Bíblia do Rei Tiago de 1611 d.C., em centenas e milhares de lugares.
Não parece provável que o egípcio reformado, uma língua não conhecida de homem algum e que havia desaparecido da terra por mais de mil anos antes do ano 1611 d.C., ano em que foi publicada a Bíblia do Rei Tiago, conteria milhares das mesmas palavras e frases, na ordem exata em que são encontradas na versão da Bíblia do Rei Tiago. Até as palavras em itálicos da versão do Rei Tiago aparecem no Livro de Mórmon. Joseph Smith não as sublinhou, mas incluiu-as no texto do Livro de Mórmon como se fossem as palavras de Deus.
Os eruditos que fizeram a “versão da Bíblia do Rei Tiago” sublinharam certas palavras para prevenir o leitor de que elas não se encontravam no texto original grego ou hebraico, mas foram acrescentadas para uma leitura mais fluente ou para explicações ou ainda para dar sentido às frases. Alguns dos muitos exemplos de palavras sublinhados contidas na versão do Rei Tiago e no Livro de Mórmon podem ser vistas comparando Isaías 53:2, 3, 4 com Mosias 14:2, 3, 5.
Outro problema, segundo essas mesmas pessoas que usam da racionalidade, pesquisadoras e estudiosas é que encontramos no Livro de Mórmon uma gramática pobre com a qual parte dele é escrita. Essa gramática pobre não é percebida pela maioria dos membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (seita Mórmon brighamita) porque muitos desses também têm gramática pobre, pouco estudo. A própria liderança também têm gramática pobre. É só notarmos nos discursos das Conferências Gerais da Igreja, são somente repetição de assuntos passados, não conseguem escrever os discursar sobre algo novo, de interesse geral para o mundo atual. Por isso não despertam a devida atenção sobre a própria causa. Mas, isso, em si só, não é o ponto; mas culpar a Deus por gramática pobre é o ponto, pois esse Deus que supostamente ditou as palavras das placas para Joseph Smith Jr., aparentemente não era muito instruído quanto à gramática e técnicas de escrita e literária.
Joseph F. Smith, sexto presidente d’A Igreja de Jesus Cristos dos Santos dos Últimos Dias declarou:
“Joseph não reproduziu o escrito das placas de ouro na língua inglesa em seu próprio estilo como muitos crêem, mas cada palavra e cada letra foram-lhe dadas pelo dom e poder de Deus.”
O próprio Joseph Smith declarou, em 1841, no livro História da Igreja:
“Eu disse aos irmãos que O Livro de Mórmon era o livro mais correto sobre a face de terra.”
Se a palavra traduzida era perfeita, e se o Livro de Mórmon de 1830 era perfeito, por que os líderes, sucessores de Joseph Smith Jr. fizeram cerca de 5.000 (cinco mil) correções em gramática, pontuação e ortografia no perfeito Livro de Mórmon? Esses líderes posteriores, um pouco mais instruídos, ficaram cada vez mais embaraçados por causa de erros gramaticais no Livro de Mórmon; de modo que fizeram mudanças em edições posteriores.
Se pudermos ter em nossas mãos tanto uma reprodução do Livro de Mórmon de 1830 como também do atual Livro de Mórmon, poderemos ver as mudanças com nossos próprios olhos. Vários estudiosos do mormonismo têm contado as mudanças e os resultados foram anotados em livros, particularmente por Arthur Budvarson, Marvin Cowan, Jerald Tanner e muitos outros.
O escritor Floyd C. McElveen certa noite conversava com um jovem formado pela Universidade Brigham Young. Um jovem inteligente e fino; um linguista que conhece bem quatro ou cinco línguas e que serviu como missionário no Líbano e também na Suíça. O escritor contava para ele sobre esses fatos. Sua resposta? Depois de procurar, por algum tempo, várias tentativas que percebeu serem falhas, disse ele: “Você sabe como é difícil traduzir de uma língua para outra. Além disso, temos de levar em consideração a gramática pobre de Joseph Smith Jr. e o seu vocabulário um tanto limitado. Isso pode explicar alguns dos problemas.”
Como podemos ver facilmente, isso não é de modo algum resposta ou solução para o problema. McElveen ficou grandemente surpreso de que esse fosse o argumento mais convincente que o douto amigo SUD pudesse encontrar. Se Deus tivesse dado a Joseph Smith Jr. uma tradução, letra por letra, palavra por palavra, de sua Palavra pura e perfeita, certamente te-la-ía dado com a gramática correta.
É muito interessante que a gramática de Joseph Smith Jr. é excelente enquanto copia textualmente do Rei Tiago. Por que não seria ela excelente se copiasse do "Pergaminho de Deus" como alegava?
É o Livro de Mórmon uma revelação de Deus ou Joseph Smith Jr. copiou versículos e capítulos da Bíblia do Rei Tiago e acrescentou material de sua própria imaginação e de outras fontes disponíveis? Quem realmente escreveu o Livro de Mórmon?
Se os membros d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias dizem que Deus dirigiu Joseph Smith Jr. na tradução do Livro de Mórmon, então acusam Deus de usar gramática deficiente e de cometer outros erros que mais tarde necessitaram de correção. Não parece sábio, para dizer pouco, fazer essa acusação ao seu Deus onisciente do Universo.
Se dissermos que Joseph Smith Jr. escreveu o livro, com seus erros gramaticais e outros, negamos o que Joseph Smith Jr. reivindicava, o que as três testemunhas reivindicavam, e que o Presidente Joseph F. Smith reivindicava. Isso significaria que o testemunho de Joseph Smith Jr. de que o Livro de Mórmon é uma tradução sem erros, letra por letra, palavra por palavra, pelo poder de Deus, é falso. Essa acusação prejudicaria irreparavelmente sua reivindicação de ser um Profeta de Deus.
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