Texto de Antonio Carlos Popinhaki
No mormonismo são três os pilares de apoio para manter a doutrina viva. São eles: O medo, a culpa e a vergonha, não necessariamente nessa ordem. Vou explicar melhor: a doutrina é muito severa no tocante a punir e amedrontar o membro.
Tudo começa já nas primeiras palestras, quando é explicado ao incauto pesquisador sobre uma hipotética reunião no além, onde estiveram presentes Deus, Jesus e Lúcifer. Nessa hipotética reunião, Deus queria traçar uma maneira para que os seus filhos, que viviam no planeta Terra, pudessem voltar a morar com Ele nesse lugar não identificado.
De acordo com os ensinamentos do mormonismo, se prontificaram os dois filhos de Deus, Lúcifer e Jesus para ajudar o Pai a ter êxito. Ora, Deus sendo Deus, não sabia como resolver esse problema, então resolveu aceitar a proposta de um dos filhos. Lúcifer ofereceu a ajuda para que todos os filhos de Deus que moravam e viviam no planeta Terra pudessem se “salvar” e voltar a morar com Ele, a única exigência seria o reconhecimento pessoal por seus serviços prestados, uma espécie de pagamento. O Deus Mórmon sendo dotado de um nível elevadíssimo de egocentrismo não aceitou dividir o êxito da missão com seu filho Lúcifer, que também era chamado de Estrela da Manhã, Estrela da Alva, o mais belo entre todos os demais filhos de Deus.
Jesus, o outro filho de Deus ofereceu um plano alternativo, onde “cada um que se salve como puder”, bastando apenas para os terráqueos acreditarem nas Suas palavras espalhadas por seus discípulos sobre a Terra, denominadas de evangelho. Jesus disse que não queria pagamento algum, e que todo o crédito seria para o Pai.
Deus viu que esse era um bom plano, pois seria eternamente adorado, cultuado e lembrado como o Ser que salvaria os filhos terráqueos e os traria de volta ao lar celestial. Só que Deus não lembrou e nem atentou que a maioria dos filhos se perderia e não o adoraria. Ele não se importou se bilhões de filhos morressem ou perecessem.
O Deus Mórmon então expulsou Lúcifer e uma terça parte dos demais habitantes do lugar desconhecido para a Terra e condenou a todos os que não escutassem as orientações de Jesus a perecer eternamente num "lago de fogo e enxofre, onde haveria ranger de dentes e um tormento sem fim por causa do fogo excessivo que lá deveria existir".
O Deus Mórmon foi além, como pagamento por Jesus resolver o seu problema, especificou que Jesus deveria morrer e tomar sobre si dores insuportáveis que nenhum outro filho poderia tolerar. Jesus deveria nascer na Terra, viver com os demais filhos que precisavam de salvação e sofrer as piores privações possíveis.
Esses ensinamentos, por si só, já são altamente assustadores e causam temor a qualquer membro da Igreja. Caso algum membro cometa algo que vá de encontro com a rigidez dos ensinamentos será condenado, sentirá remorso, culpa e vergonha por não ter sido fiel ao evangelho de Jesus.
Então, esses pilares, o medo, a culpa e a vergonha são pilares de sustentação à doutrina do mormonismo. Estão presentes em todas as diferentes facções ou derivações do mormonismo original de Joseph Smith Jr.
No mormonismo, quase tudo é errado, é pecado. Tomar café é um erro e vai contra os ensinamentos dos líderes da Igreja, assistir futebol, filmes aos domingos e se divertir com a família é um erro. Deixar de usar as roupas templárias, chamadas de garments é um erro grosseiro à vista do Deus Mórmon. Não frequentar a Igreja assiduamente é sinal de apostasia pessoal e familiar. E por aí vai, há uma lista enorme de pecados que não tem como uma pessoa normal suportar. Lembrem-se disso: O medo, a culpa e a vergonha!
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