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terça-feira, 11 de agosto de 2020

ACONTECEU EM SANTA CATARINA


A história a seguir é verídica e tem comprovação por muitos ex-missionários, membros e ex-membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias da região litorânea do estado de Santa Catarina. O fato ocorreu entre os anos de 2006 e 2009. Dois missionários estavam fazendo o serviço de proselitismo numa pequena cidade onde havia um ramo ou grupo de membros Mórmons. Num determinado dia, eles encontraram uma família para ensinar as famosas “palestras”, com o objetivo de conversão e alienação permanente dentro da seita. Numa das corriqueiras visitas à casa da família, os dois rapazes não encontraram o pai e nem a mãe, tampouco, nenhum adulto, somente duas filhas (moças) menores.

Como tinham alguma intimidade com a família, resultado de outras visitas anteriores ao lar, as moças os convidaram para adentrar na casa. Naquele dia, a conversa foi mais além do que simplesmente “palestras missionárias”. A intimidade entre os jovens foi desde conversas íntimas até um suposto abuso sexual.

Depois de saírem, as moças ficaram sozinhas em casa novamente até a chegada da mãe. Numa conversa, mãe e filhas sobre a visita dos rapazes, elas acabaram relatando sobre o suposto abuso sexual. A mãe, tomada de furor e raiva, foi imediatamente na Delegacia de Polícia e denunciou os dois jovens.

A Polícia agiu prontamente e deteve os dois missionários, um americano de classe social estável e o outro um brasileiro do interior de Minas Gerais, descendente de nordestino e moreno, a julgar pela aparência. O Presidente da Missão Brasil-Florianópolis, que era um americano, foi acionado e prontamente se deslocou até a delegacia da pequena cidade litorânea, com um advogado que representava os interesses da Igreja. Chegando no local, o Presidente da Missão pediu para conversar com os dois missionários em particular. Ao americano ele prometeu:

- Vou te transferir para os Estados Unidos o mais rápido que puder, lá, você continuará sua missão noutro campo missionário. Se tiver alguma condenação pelas acusações das moças, recairá sobre o teu companheiro brasileiro.

Para o missionário brasileiro foi dito o seguinte:

- Nós sabemos que vocês dois são inocentes. Essas moças armaram direitinho para vocês. São snakes, moças que vivem atrás de rapazes missionários Mórmons. É o seguinte, você vai CONFIRMAR que houve o abuso e vai ASSUMIR tudo. Não tem outro jeito de tirar vocês daqui, a não ser que haja uma confissão. A Igreja vai, através dos advogados dela, achar um jeito de te tirar o mais rapidamente daqui.

- E o meu companheiro? Ele também vai confirmar que houve abuso? E vai ficar preso aqui comigo?

- Ele vai ser deportado para os Estados Unidos. Infelizmente, você vai ficar preso aqui por pouco tempo até que os advogados da Igreja consigam te libertar. Mas não se preocupe, a Igreja vai te dar toda a assistência que for necessária. Você não vai ficar desamparado.

A história demorou para ser resolvida. O Presidente da Missão livrou o missionário americano e logo também foi embora, deixando o pobre rapaz preso num presídio até que ele fosse condenado e viesse parar na Penitenciária da cidade de São Cristóvão do Sul, perto da minha cidade.

Fiquei sabendo dessa história pela boca do próprio missionário, quando cumpriu sua pena de anos. Ele me procurou porque contaram para ele sobre mim e o meu blog. Me procurou com o objetivo de que eu escrevesse a sua história e a tornasse pública. Na época eu ponderei e não quis me intrometer nesse caso. Pensei comigo: e se ele estiver mentindo? É a versão dele! Falei-lhe que não poderia escrever sobre a sua história porque não queria me envolver. Desejei-lhe boa sorte, agora que estava em liberdade e tinha cumprido a sua pena. Despedimo-nos e ele seguiu sua vida.

Em setembro de 2013 eu fui intimado a depor como testemunha sobre um processo que um ex-missionário estava movendo contra a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias por danos morais. Ao chegar no fórum soube que era esse mesmo rapaz de anos atrás que tinha me arrolado como testemunha. 

O que o juiz queria saber de mim era um parecer sobre a instituição “Igreja”. Notei que havia naquele dia pessoas que vieram de muito longe para depor a favor da igreja, custeadas pela própria instituição. Já escrevi sobre esse dia aqui no blog.

Ver mais em: Sobre o Mormonismo: COMO A IGREJA SUD AGE JUDICIALMENTE - Para resumir, o missionário americano foi inocentado imediatamente e prosseguiu sua bela vida longe daqui, o brasileiro que era pobre e de família humilde do interior de Minas Gerais ficou anos numa penitenciária, esquecido pela família e igreja até que a própria justiça o libertasse.

Sobre o processo de danos morais, creio que a Igreja fez um acordo substancial com o rapaz e ele sumiu. Nunca mais foi visto ou tido notícias dele. Essa história é verídica e aconteceu em Santa Catarina, Brasil.

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