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segunda-feira, 5 de abril de 2021

O PODER DO SACERDÓCIO VERSUS O PODER DO CORONAVÍRUS

Texto de Antonio Carlos Popinhaki


A pandemia do novo Coronavírus ou COVID-19 mostrou ao mundo que “todos” os líderes religiosos que são representantes de “todas” as religiões, seitas e crenças não possuem poder algum de ordem divina. Nenhum deles foi ou é autorizado por nenhuma suposta divindade suprema para agir em nome dessa mesma divindade aqui na terra. Todos os dogmas e conceitos empregados em suas igrejas, templos, ministérios e afins, foram criados e inventados conforme as suas necessidades de arrecadar mais benefícios para o engrandecimento do egocentrismo pessoal e corporativo.

Benefícios esses, geralmente de aumento dos bens de capital, quer sejam eles: dinheiro, imóveis, títulos, bens móveis, entre outros que eu mesmo já vi fiéis entregarem, primeiro de forma coercitiva pela lavagem mental à qual foram submetidos, e depois, espontaneamente, em troca de supostas bênçãos. Até lotes nos hipotéticos céus eu soube de algum membro mais fanático comprar, recebendo em troca das mãos do líder local, um papel que estampava “Título de Propriedade” ou “Escritura” assinado em forma de estelionato descarado pelo próprio “Jesus”. 

Na Idade Média, a Igreja Católica vendeu sem nenhum constrangimento suas indulgências para que os fiéis pudessem galgar um lugar superior num suposto mundo após a morte ao lado de Deus. Os evangélicos foram por esse mesmo caminho ao vender tijolinhos, toalhinhas, vidros com água benta, óleo consagrado, quinquilharias e bugigangas de todos os tipos. Está na moda a Bíblia poderosa, com explicações para passagens de difícil interpretação pelo pretenso fiel. Geralmente, caríssimas, mas, que se comprada com um DVD, ou outro livro de autoria de um Pastor fulano de tal (um homem de Deus), pode ser parcelada em inúmeras prestações pelo cartão de crédito.

E no mormonismo? A seita que quer ser religião e que não é, mas que me enganou por longos dezoito anos, segue o mesmo caminho e técnicas de comercialização. Ou vocês pensam que lá é diferente? Não é! Trata-se de uma cópia mal feita do catolicismo, mesclada com rituais da maçonaria e cheia de crenças pagãs, incluindo alguns símbolos, com variantes dos dogmas do protestantismo. Lá nas suas lojas são vendidas bíblias, versões do livro de Mórmon, cuecas e calcinhas milagrosas, chaveirinhos, anéis para lembrar os jovens de que devem conservar as suas rotas de orientação doutrinária da seita, DVDs, CDs, livros, e, como no caso dos católicos e evangélicos, toda a sorte de bugigangas e quinquilharias. Também aceitam cartões de crédito e parcelam suas vendas em inúmeras prestações.

O que mais me intrigou nestes últimos meses foi a “cara de pau” que os líderes das muitas corporações, incluindo os Mórmons brighamitas tiveram ao enfrentar a pandemia. Nenhum deles mostrou o significado e o efeito da frase que diz: “Saúde no umbigo, medula para os ossos, força nos lombos e nos tendões, poder do Sacerdócio aja sobre mim e minha posteridade por todas as gerações do tempo e por toda a eternidade”. Essas palavras deveriam ter o poder de proteção, segundo a cerimônia do Templo, e também, como se trata do nome do segundo símbolo do Sacerdócio de Melquisedeque, ou o sinal do Cravo, deveria mostrar algum sentido de proteção. Mas não! O que significa isso exatamente? Nada!

Em tempos de pandemia, ninguém que fez ou passou por essa cerimônia ficou imune de se contagiar com o COVID-19. Até mesmo os líderes da seita Mórmon brighamita que são chamados de "Videntes, Profetas e Reveladores", não tiveram a capacidade mínima de prevenir o mundo contra o surgimento da pandemia. E por que não fizeram isso? Simplesmente, porque não possuem poder algum. São charlatães embutidos de santos.

Estiveram entre os primeiros que se vacinaram, pois, o tal “Poder do Sacerdócio” não se mostrou eficiente para suas curas e proteções pessoais. Nem tampouco, as tais roupas íntimas não se mostraram eficientes, servem para um único propósito, enganar os membros a que paguem mais dinheiro para participar e concordar com bobagens proferidas nos seus suntuosos templos, entre elas, a de prometerem exercer uma vida de submissão. As mulheres prometem nos templos a serem submissas aos maridos e esses, prometem ser submissos aos líderes locais, e sucessivamente, dentro de uma hierarquia Mórmon. Só obedecem cegamente, pois aquele que questiona é um candidato a apóstata.

Para concluir, entendo que com os desdobramentos da pandemia, o Poder do Coronavírus é mais forte do que o Poder do Sacerdócio Mórmon e também, mais forte do que o poder do sacerdócio de todas as crenças humanas. São simplesmente, crenças humanas.



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