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quinta-feira, 16 de maio de 2024

BRIGHAM YOUNG E O SEU LEGADO

Brigham Young foi o segundo Presidente da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, sucedendo polêmicamente Joseph Smith Júnior, que fora assassinado na cadeia de Liberty. Ele afirmou categoricamente que tanto as palavras transmitidas por Joseph Smith Jr. quanto por ele mesmo eram as palavras de Deus. Proclamava-se como o portador da vontade divina para o mundo, intitulando-se Profeta, Vidente e Revelador. De maneira afirmativa, ele e outros líderes Mórmons do passado ensinaram que a doutrina não poderia ser alterada. Abaixo estão alguns desses ensinamentos "inspirados por Deus":

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias possuía um jornal, no qual os líderes comunicavam "a vontade de Deus" aos membros de forma despretensiosa. Este jornal era conhecido como Journal of Discourses, ou Jornal dos Discursos. Atualmente, o conteúdo dessas mensagens pode ser acessado on-line na internet. Vejamos algumas palavras do "Profeta de Deus":

"Observem algumas classes da família humana, refiro-me aos negros. Eles são toscos, feios, desagradáveis e baixos em seus hábitos. São selvagens e, aparentemente, privados de quase todas as bênçãos de inteligência normalmente concedidas à humanidade. O primeiro homem que cometeu um crime hediondo de matar um de seus irmãos foi amaldiçoado por muito mais tempo do que qualquer outro dos filhos de Adão. Caim matou seu irmão. Caim poderia ter sido morto. Se fosse, teria posto um fim nessa linhagem de seres humanos. Isso não era para ser assim. Então o Senhor colocou uma marca nele, que é o nariz chato e a pele negra. Analisem a humanidade até após o dilúvio. Vejam que depois do mesmo, outra maldição foi pronunciada sobre a mesma raça – que deveria ser o "servo dos servos", ou escravidão. Isso será até que a maldição seja removida. Os abolicionistas não poderão ajudá-los, e nem ao menos alterar o decreto de Deus. Quanto tempo será a corrida para suportar a terrível maldição que está sobre eles? Essa maldição permanecerá sobre eles, e eles não podem receber o Sacerdócio ou compartilhá-lo até que todos os outros descendentes de Adão possam ter recebido as promessas e desfrutado as bênçãos do sacerdócio e suas chaves. Até os últimos dos resíduos dos filhos de Adão serem educados para que ocupem uma posição favorável. Os filhos de Caim não podem receber as ordenanças do Sacerdócio. Eles foram os primeiros que foram amaldiçoados e serão os últimos dos quais a maldição será removida. Somente após os resíduos da família de Adão chegarem a receberem as suas bênçãos, então a maldição será removida da semente de Caim, e eles receberão as bênçãos em semelhante proporção". Journal of Discourses Volume 7 Página 291, Brigham Young, 09 de outubro de 1859.

Os escritos acima revelam, para os leitores não familiarizados com o mormonismo, o racismo presente em seus primórdios. O Presidente Brigham Young se considerava o dono do estado de Utah, onde se estabeleceu e construiu a cidade de Salt Lake City, além de outras pequenas cidades no território do Estado. Ele frequentemente afirmava ser a própria "palavra de Deus". Há indícios de que seus ensinamentos, juntamente com os de Joseph Smith Junior, tenham influenciado os Mórmons no massacre de Mountain Meadows, onde aproximadamente 120 pessoas, incluindo mulheres e crianças, foram mortas em nome de Deus. O massacre ocorreu em setembro de 1857 e foi perpetrado por um grupo de Mórmons com a ajuda de índios Paiutes.

O Massacre de Mountain Meadows consistiu no assassinato de cerca de 120 emigrantes que estavam passando pelo Sul de Utah em setembro de 1857. Os emigrantes, homens, mulheres e crianças, estavam viajando para a Califórnia, partindo do Estado de Arkansas. Uma parte deles estava em carroções. Foram mortos por um grupo de Mórmons com a ajuda de índios Paiutes. A Montanha Meadows está localizada num vale rochoso, cerca de 35 quilômetros a sudoeste de Cedar City, Utah. Resumirei a história para que todos compreendam os acontecimentos.

Após deixarem o Estado de Arkansas, o comboio de carroções viajou para o oeste através dos territórios dos Estados de Kansas e Nebraska, antes de entrar no território de Utah. Em Utah, o comboio seguiu para o sudoeste até chegar a Cedar City, que era a última parada antes da Califórnia. Lá, as pessoas do comboio tentaram comprar grãos e insumos, mas os Mórmons locais se recusaram a vendê-los, suspeitando que estavam ajudando possíveis inimigos.

Desde que estive na Igreja SUD, sempre ouvi as palavras "inimigo" e "mundo". Parece que isso é peculiar do mormonismo. Eles se consideram superiores e veem as pessoas que não compartilham de suas crenças como "inimigas", "mundanas" e "do mal". Quanto ao massacre, ocorreu da seguinte maneira: depois de deixarem Cedar City, frustrados com a recusa dos Mórmons locais em vender-lhes os bens necessários, os integrantes do comboio seguiram pelo sudoeste através do desfiladeiro chamado Mountain Meadows. Lá, foram atacados por assaltantes Mórmons, resultando em algumas mortes. Os emigrantes restantes retiraram seus carroções e fizeram um círculo de proteção. Nos próximos cinco dias, foram cercados dentro do círculo e atacados mais duas vezes.

Em 1857, o governo federal enviou 1.500 soldados dos Estados Unidos para Utah para lidar com o que considerava uma seita de malfeitores. As tensões estavam altas em Utah naquele ano. Devido à perseguição passada e ao medo de serem atacados ou presos pelas tropas federais, é provável que os Mórmons locais que participaram do Massacre de Mountain Meadows tenham agido por um profundo medo e paranoia. Mas será que essa perseguição justificaria o massacre? Embora os Mórmons tenham sido fortemente perseguidos e expulsos de suas casas, isso não justificaria os assassinatos em Mountain Meadows. A responsabilidade pelas mortes recai sobre os Mórmons locais de Cedar City, não sobre a igreja como um todo. Alguns têm apontado a coincidência de que o Massacre de Mountain Meadows ocorreu em 11 de setembro, no mesmo dia dos ataques terroristas de 2001. O filme "September Dawn" sugere paralelos entre os dois eventos, atribuindo-os ao fanatismo religioso. O mormonismo, inicialmente, era uma mistura de religião com paganismo e doutrinas maçônicas. Quase todos os líderes iniciais da Igreja eram maçons.

Eu, por outro lado, não consigo crer que Deus possa estar no meio do mormonismo, dada sua história controversa, que envolve racismo explícito e outras barbaridades. Desde o início, com Joseph Smith, as placas de ouro, o controverso Livro de Mórmon e o falso livro de Abraão, até as ordenanças nos templos, copiadas e alteradas da maçonaria, o escândalo da poligamia envolvendo meninas e moças, a falsificação de dinheiro em Kirtland, Ohio, e a apropriação de propriedades dos recém-convertidos. Qual seria a finalidade disso tudo? Por que Joseph Smith queria destruir a fé das pessoas, criando mais uma religião e uma variante do cristianismo?

Dias atrás, escrevi um artigo sobre o mormonismo e enviei e-mails para várias pessoas, incluindo conhecidos meus, Mórmons e não Mórmons. Recebi a seguinte mensagem de um ex-bispo da Igreja por e-mail: "Jamais tente destruir a minha fé! E pare de tentar destruir a fé das outras pessoas. Se destruir a fé de alguém, precisará colocar outra no lugar. Caso contrário, poderá responder por isso algum dia". Agradeço por ter saído de lá, pois se não o tivesse feito, poderia ter que responder por algo algum dia. A doutrina mórmon está cheia de absurdos. Apesar de os membros Mórmons aparecerem na mídia como pessoas respeitáveis e de boa índole, a realidade é bem diferente. Estão manchados pelo sangue inocente, envolvidos em conspirações, medos e crimes contra as leis civis de vários Estados americanos.

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