OS GARMENTS MÓRMONS!

Texto de Antonio Carlos Popinhaki

(Atualizado em 26abril/2021)

Conversando com um amigo, não membro da Igreja Mórmon Brighamita e sua doutrina, chegamos até os garments, um assunto que não é muito exposto aos pesquisadores pelos missionários, pois é um tanto polêmico. As roupas íntimas que os “Santos dos Últimos Dias” se obrigam a usar, após terem visitado o Templo. Esse meu amigo ficou “chocado” com essa história de “garments”. O nome é em inglês, e significa roupa. No Brasil, não foi traduzido. Ele, como um cristão convicto, pensou que eu estivesse brincando ou exagerando. Precisei mostrar-lhe uma foto da ‘internet’ para ele acreditar que a Igreja de fato incentiva os membros a usar esses “cuecões do século XIX, com supostos poderes sobrenaturais”.

Ele mesmo assim, não queria acreditar em mim. Contei-lhe que quando um membro da Igreja Mórmon Brighamita vai ao Templo, faz uma espécie de promessa de usar essas roupas ridículas dia e noite, no inverno e no verão, pelo resto da vida.

Um dia, nos anos 1990, eu estava no Templo de São Paulo. Era verão, estávamos ao redor da pia batismal do Templo à noite. Se encontrava no local, um oficiante, dando algumas explicações sobre os garments aos presentes. Ele falou que geralmente, ouvia muitas reclamações das mulheres da Igreja sobre o uso contínuo dessas roupas. Geralmente, as mulheres reclamavam ser muito quente e desconfortável para elas, principalmente, em regiões do norte e nordeste do Brasil.

Esse senhor, disse naquele momento, secamente, falando para nós ouvintes. “Digo para essas mulheres que o inferno é mais quente ainda”. Continuou dizendo que se elas negligenciassem o uso do garment, certamente iriam para o inferno e aí sim, poderiam reclamar do calor. Ao falar dessa forma, ele, talvez mesmo sem perceber, impôs terror e medo nas cabeças das mulheres da Igreja.

Foram tantas asneiras que eu ouvi no Templo de São Paulo sobre o uso do garment, que até anotei algumas, no meu diário. Na primeira vez que fui visitar o Templo, em 1989, antes de ir para a sala onde era feita a chamada “Ordenança da Investidura”, recebemos um treinamento numa pequena sala que ficava no final do corredor da ala masculina do Templo. Lá, um oficiante, que nem sei dizer o nome, pois não anotei, falou abertamente para nós, homens, sobre o uso contínuo do garment. Disse que deveríamos usar o garment dia e noite. Inclusive, ao manter as relações sexuais com nossas esposas, não deveríamos despir-nos deles.

Já, “de cara”, achei ridículo aquilo. Pois, as mulheres tem que tirar as calças do garment para manter as relações sexuais com seus maridos. Porque então, os maridos não podiam tirar seus calções? Qual o sentido de tamanha bobagem? As promessas e os chamados convênios não valiam para ambos os sexos? Porque a mulher tinha que ficar nua e o marido não? Naquele momento, mediante aquelas palavras, dava até a impressão de que a mulher estaria agindo com indignidade perante Deus por tirar o garment para manter relações sexuais com o seu marido. Imaginem, como é o treinamento para aqueles que vão pela primeira vez num Templo Mórmon. Se alguém, membro da Igreja ao ler isso, puder achar uma resposta, por favor, me envie, pois, nunca consegui achar algo plausível para isso. Tenho até hoje, uma imensa curiosidade sobre o assunto. Por que falam de tamanha besteira para os que visitam o templo pela primeira vez?

Depois desse dia, cerca de uns 15 anos depois, novamente no Templo de São Paulo, a mesma conversa. Outra pessoa estava orientando um rapaz que estava se casando. Quase igual ao que escutei há tantos anos. Isso é doutrina? Se é, então é ridícula!

Falei disso tudo para o meu amigo. Mostrei as imagens dos garments que estão estampadas nos “sites de pesquisa na ‘internet’”. Aí então, ele me disse: “Que absurdo! Isso parece mais a roupa do super pateta”. Esse personagem da Disney é que anda com roupas semelhantes ao garment Mórmon. Tive que concordar com ele. De certa forma, fui um super pateta, pois eu usei essas roupas ridículas por longos anos.

Não notei diferença alguma quando abandonei de vez a seita Mórmon e deixei de usar essas roupas. Não me senti mais fraco, vulnerável. Nem achei estar ofendendo a algum Deus, só pelo fato de não usar mais essas coisas. Em época de “Victoria’s Secret” e tantas roupagens íntimas femininas estupendas, impor a uma mulher o uso desses cuecões brancos medievais, até o joelho, é demais. Uma Igreja que se diz verdadeira, impor aos seus membros o uso desse tipo de roupa, dotando as mesmas de superpoderes, por força de mandamento oriundo do hipotético e patético “profeta vivo”, ou do Deus Mórmon, é muito para minha cabeça…

Esta página da web não tem direitos autorais! Foi escrita por mim, Antonio Carlos Popinhaki, a partir do conteúdo referenciado e ou não. Sinta-se livre para usá-la sem fins lucrativos: Somente peço o referenciamento, onde for publicada e enviar-me um e-mail para popivhak@gmail.com