Quero primeiramente dizer-lhes que compartilhar minhas experiências aqui faz parte de um processo em que eu estou inserido há pelo menos três anos, que é irreversível, mas que ainda não chegou ao fim.
Eu conheci a igreja como a maioria das pessoas, através dos missionários. Eu era um jovem adolescente e me encantei com os missionários assim como toda a minha família. Nós nos batizamos rapidamente e a nossa vida mudou. Muitos amigos, igreja aos domingos, atividades, seminário, metas, planos, promessas, esperança... Enfim, o vazio que sentíamos estava preenchido. Fui crescendo na igreja até servir uma missão de tempo integral. Lá comecei a conhecer realmente a igreja, como ela é por dentro e como ela pensa de fato. Questionei muitas coisas, me decepcionei com outras, mas eu estava condicionado a pensar que se houvesse algo errado isso estaria em mim e não na igreja. Então me calei e me sujeitei.
Após longos dois anos a missão terminou e eu já não era mais o mesmo. Vi coisas absurdas, desprezíveis, horríveis. Vi muito orgulho e pouca caridade, vi uma grande pressão para batizar a qualquer custo, é uma competição e ninguém quer perder ou ficar “queimado na missão por que batiza pouco”. O meu presidente no meu segundo mês me disse em uma entrevista que iria me transformar em uma máquina de batizar, que eu tinha muitos talentos e que ninguém na missão iria me vencer.
Eu fiquei espantado e confuso com aquilo, mas eu ia me aconselhar com quem? Vi missionário gay terminando com honras, outros que namoravam, americanos com privilégios, outros que inventavam números para serem bem vistos pelos demais, e usávamos técnicas de convencimento que estavam longe de ser pelo espírito santo. Eram mesmo técnicas de manipulação.
Ainda acreditando na veracidade da igreja apesar de tudo, após a missão tive vários cargos nas alas e também na estaca. Até que me casei e fui selado a minha esposa no templo de São Paulo e fui designado para servir como Bispo da igreja, chamado que desempenhei pelo tempo de quatro anos. Até aquele momento eu achava que já tinha visto tudo de ruim que existia na igreja enquanto estava na missão, mas como bispo...
Ao completar quatro anos pedi desobrigação e fui embora antes de enlouquecer. Eu pensava que como bispo eu iria ajudar meu próximo espiritual e materialmente, que seria um conselheiro para as pessoas, que eu faria caridade, faria a obra do Senhor, que eu poderia crescer na fé e no testemunho servindo, porque o maior é o que serve e eu estava ali pronto para servir. Mas aí descobri que bispo na igreja é mais ou menos como um gerente para uma empresa/loja. E em pouco tempo eu estava atolado na papelada e era só relatório disso, lista daquilo, reuniões, serões, conferencias, treinamentos, entrevistas (entrevista de jovens para o acampamento, entrevista de membros para chamados, entrevista para recomendação para o templo, entrevista de criança que vai avançar para ORM, entrevista de acerto anual de dizimo com todos os membros da ala duas vezes por ano etc.) participar das aberrações que são os concelhos disciplinares.
É tudo de caráter secular nada espiritual. E isso consumia todo o meu tempo, inclusive o tempo com a minha família era reduzido, estava sempre de cabeça cheia por causa de um relatório, uma reunião, e pelas cobranças e ameaças espirituais que sofria dos líderes da estaca e da área.
Sempre tinha algo que o novo presidente de área dizia para fazer diferente do que dizia o presidente anterior. Porque existe esse negocio que parece que é para nos fazer de idiotas: um presidente de área vem e diz para fazermos algo de tal maneira, que todos temos que nos adequar, aí dá aquele trabalhão fazer as modificações. Então, ele vai embora e vem o novo presidente e diz para desfazer tudo que não estamos fazendo a maneira do Senhor, está tudo errado. E assim é que eu passava grande parte do tempo, tentando entender em que pé estava: se na maneira do Senhor nova ou na antiga.
Enfim, me cansei dessa confusão e me retirei. Só então, comecei a estudar e pesquisar qual seria o problema da igreja.
Hoje eu entendo que o principal problema. É que ela não é verdadeira e que não é nem igreja e sim, uma seita como outra qualquer.
Sei que a Igreja de Jesus Cristo Sud, esconde a verdade e vive uma grande mentira. Enganando, manipulando, controlando a vida de seus membros com suas ameaças espirituais.
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