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terça-feira, 8 de maio de 2012

EXPERIENCIAS MISSIONÁRIAS


Sou o GM, que recentemente fez um comentário no seu site “sobre o mormonismo”. Resolvi lhe responder ... 

Todos nós, (que fomos enganados) temos contas a acertar com a Igreja Mórmon. Se dependesse de mim, ela acabaria. No entanto, achei que algumas de suas declarações são potencialmente ofensivas às pessoas que não merecem. 
Não sei, por exemplo, se eu falasse que todos os Bispos Mórmons são arrogantes, se você não iria ficar chateado, apesar de não ser mais Bispo. 
A Missão é um balaio de gato, tem de tudo: Tive um companheiro, que me confessou que não acreditava na Igreja, que só foi para Missão por pressão da família. Teve um outro, que foi porque a namorada dele só casaria com ex-missionário. Tinha um Élder, que era completamente louco, que por azar foi meu companheiro. Tinha (muita) gente arrogante e tinha gente humilde. Por isso não dá para generalizar. 
Eu sei que os missionários são treinados para serem como “robôs”, que utilizam técnicas, como o “padrão de compromisso”, que faz com que o jeito de falar (dos missionários) sejam bem parecidos. Mas isso não anula a personalidade de cada um. Da mesma forma, os membros, também são treinados para serem “robôs”. Prestam testemunhos iguais, repetitivos, mas nem por isso todos os membros são iguais. 
Você falou também que é contra pseudônimos. Eu uso pseudônimo, principalmente porque não quero ninguém me aborrecendo. Não tenho esta disposição que você tem de dar a cara à tapa. 
Falando sobre mim,  arrependo-me de ter servido Missão. Isso porque, por dois anos  fiquei ensinando um monte de mentiras para as pessoas, no entanto foi na Missão que comecei a descobrir que o mormonismo é falso. 
Na minha juventude, eu esperava ansiosamente o dia que iria me tornar missionário. Ficava vendo os Élderes da minha Ala, fazia divisão com eles, e para mim era o máximo ser um missionário. 
Fiz Seminário e frequentei o Instituto um ano antes de ir para a Missão. Pouco antes de ir fui muito paparicado na Ala. Os membros vinham,  me perguntavam sobre o andamento do chamado, me davam os parabéns. Pouco antes de ir para o CTM fizeram uma despedida para mim. Ganhei presentes, improvisaram um coral. Foi uma maravilha, minha namorada na época estava super orgulhosa de eu ir para Missão. 
Achava que indo para a Missão, eu seria um instrumento nas mãos de Deus para abençoar a vida das pessoas e que iria ajudar a estabelecer o Reino dele na Terra. 
No CTM ganhei uma plaqueta e me disseram que eu era um “representante” de Jesus Cristo. 
A primeira decepção, que me fez acreditar que a Missão não seria tão espiritual assim, foi o grande foco na cobrança por metas. 
Quando se chega numa Missão, você primeiro é o companheiro “júnior”. Eu era intimamente contra as metas impostas aos missionários. Mas no começo, eu não ligava. Cabia ao companheiro “sênior” ficar anotando quantas palestras eram dadas, quantos contatos, etc. 
Quando passei a sênior cabia a eu passar os números da semana. Pior! Depois quando me tornei Líder de Distrito, eu tinha que cobrar a meta dos outros missionários e incentivá-los a obter números melhores. Nesta época (em que eu era LD) um missionário veio conversar comigo e me disse que era contra as metas, que isto tornava a Missão mundana, parecida com uma empresa. Disse-me ainda, que ao invés de ver os pesquisadores como filhos de Deus, ele estava começando a vê-los como números. 
No meu íntimo, eu concordava com esse missionário, mas como líder na Missão, eu não poderia dizer isso a ele. Tive que defender as metas e a Igreja. Pensava uma coisa, mas acabei falando outra. Pior que como eu era LD me disseram que eu tinha que dar o exemplo, que os meus números tinham que ser melhores do que os dos demais missionários do Distrito. 
Quando eu me tornei LZ então foi pior ainda. Para mim foi o inferno! Tinha aquelas reuniões com o Presidente da Missão. Uma vez o Presidente deu um soco na mesa, cobrando mais batismos. Perto do final da Missão pedi para não ser mais LZ, não aguentava mais aquilo. 
A maioria dos missionários vai para a Missão com 19, 20 anos, e é claro agem de acordo com a idade que têm. Alguns missionários tinham atitudes bem maduras pela idade, tinha muita gente boa na Missão, de alguns fiquei amigos, cheguei a visitá-los depois. Outros eram bem imaturos, tinha um assistente do Presidente que foi provavelmente a pessoa mais arrogante que já tive o desprazer de conhecer em toda a minha vida. Ele tinha bons números, atingia metas (por isso foi chamado como assistente), mas como pessoa... Só de  lembrar-me dele, dá nojo. 
Em determinado momento na Missão me foi avisado que eu iria receber um novo companheiro, coisa normal da Missão, mas desta vez o aviso da transferência, me veio com uma recomendação. Meu novo companheiro estava há pouco tempo na Missão, eu seria o seu segundo companheiro. O detalhe é que este novo companheiro – vou chamá-lo de Élder S -  tinha problemas de comportamento e inclusive havia tido problemas com o primeiro companheiro dele. 
Brigas físicas eram comuns entre missionários (e entre sísteres também), eu presenciei algumas. Teve uma dupla de missionários que discutiu na rua e um deles acertou uma pedrada no outro. Algumas vezes o missionário brigão era mandado para casa, mas isso era a exceção. Muitas vezes, o Presidente nem ficava sabendo das brigas entre os missionários. 
Fui informado que o Élder S tinha se declarado arrependido, mas que ele estava “pendurado”, ou seja, se causasse mais problemas seria mandado para casa. 
Comecei a trabalhar com o Élder S e notei que realmente ele tinha problemas de comportamento. No meu entendimento, ele era um caso de tratamento psiquiátrico.  Determinada vez estávamos almoçando na casa de um membro, e ao ser servida a sobremesa, uma espécie de pudim,  Élder S resolveu fazer uma “brincadeira” comigo. Falou que aquele pudim estava estragado, com um cheiro ruim e pediu que eu verificasse. Cheirando o pudim também. Eu caí na brincadeira, e aproximei o nariz do prato para cheirá-lo, neste momento Élder S aproveitou e empurrou a minha cabeça com força em direção ao prato, o resultado foi que eu fiquei com o rosto todo sujo de pudim e Élder S teve um ataque de risos. Achei aquilo uma tremenda falta de respeito comigo e com a família que nos serviu o almoço. Mas não contei nada para ninguém, pedi a ele que ele não fizesse mais aquilo.
Algum tempo depois, ele resolveu fazer outra “brincadeira”. Eu estava tomando banho, mas havia uma fresta entre o chão e a porta do banheiro (como existem em todas as portas, para que não arraste no chão). Élder S  aproveitou esta fresta para jogar álcool para dentro do banheiro, depois que já havia jogado uma certa quantidade, colocou fogo (acho que usando um fósforo e um pedaço de papel). O resultado é que eu levei um susto e novamente ele riu muito. Até o jeito que ele dava risada era estranho, parecia meio louco mesmo. 
Aquela brincadeira dele tinha passado dos limites, eu ou ele poderíamos ter nos queimado/machucado e falei para ele que não fizesse mais brincadeiras. Realmente ele não fez mais brincadeiras, mas o pior estava por vir... 
Um dia, nós estávamos dando uma palestra para uma família, e tinha uma menina, de mais ou menos uns 6 ou 7 anos,  e ela não parava quieta, ficava falando o tempo inteiro, brincando durante a palestra, e aquilo realmente nos atrapalhava. Élder S pediu que ela ficasse quieta, mas ela continuava “fazendo bagunça”, até que ele perdeu a paciência pegou a Bíblia e bateu com certa força no rosto da menina... Aquele (acho que) foi o meu pior momento na Missão. Élder S, assim que fez aquilo parece ter se arrependido, pediu desculpas, mas a besteira já estava feita. Ele era assim, tinha um temperamento explosivo, a qualquer momento podia perder a paciência. 
Contei sobre o ocorrido para o Presidente da Missão e Élder S foi transferido. Fiquei com raiva dele por ter feito aquilo, mas em parte, eu tinha um pouco de pena dele também. 
Durante o tempo de convivência, acabei sabendo algumas coisas da vida dele. Primeiro, ele adorava brigar, contava das brigas dele antes da Missão. Contou-me que uma vez havia batido na própria irmã, e a enviada para o hospital. Ele era de uma família tradicional da Igreja, segundo o que me disse, era descendente dos pioneiros. O pai dele era um líder na Igreja e era muito autoritário. Contou-me que quando ele era criança na Igreja, e começava a fazer bagunça o pai dele lhe dava uns cascudos (socos na testa) – daí eu associei que para ele tenha sido até “normal” bater com a Bíblia na menina. 
Quando eu terminei a Missão, Élder S continuava servindo como missionário normalmente, acho que ele terminou a Missão. 
Fiquei pensando como seria depois que ele casasse e tivesse filhos. Não é a toa que existem casos de violência doméstica na Igreja Mórmon. E são muito comuns os líderes da Igreja serem pais autoritários (não estou generalizando, não são todos os líderes que são autoritários com a família). Mas conheci muitos filhos e filhas de líderes que tinham medo do pai. 
Logo após eu ter retornado da Missão, me apresentei para o Presidente da Estaca. Durante a entrevista, ele me contou que havia alguns jovens na Estaca que estavam com idade de irem para a Missão, e que ele estava “trabalhando” com estes jovens para que, de fato, eles fossem servir como missionários. Então me convidou para sair com ele, para visitar 5 desses jovens. No dia combinado fui até a casa do Presidente da Estaca  para iniciarmos as visitas. Fomos visitar o primeiro da lista e eu estava de carona no carro dele, e enquanto nos dirigíamos para a primeira casa o Presidente falou que ele tinha que cumprir uma meta de mandar um número de X rapazes para o campo missionário naquele ano (acho que a meta era passada pela presidência de área).
O Presidente parecia meio tenso,  e ele resolveu desabafar comigo, me lembro de que ele disse no carro: “GM, você não sabe o quanto eu sou cobrado para cumprir estas metas!”. A minha família era amiga do Presidente e acho que com isso ele se sentia mais vontade para falar sobre este tipo de assunto. 
Quando chegamos à primeira casa e descemos do carro notei que houve uma mudança no comportamento do Presidente. Ele abriu um sorriso, e durante a visita na casa do rapaz ele tentou ser o mais simpático e carismático possível, sempre sorrindo, fazia piadinhas, chegou ate a abraçar este rapaz. E eu ali do lado dele durante a visita, prestando meu testemunho sobre a importância de todo jovem fazer Missão. Quando retornamos para o carro, o Presidente voltou a ficar sério, com aquela expressão mais tensa. Quando chegamos na segunda casa, de novo o Presidente mudou de comportamento, abriu um sorriso, e após o término da visita ao voltar para o carro tornou a ficar sério. E assim aconteceu em todas as visitas. 
Uma dessas visitas me chamou mais a atenção. Chegamos em uma casa muito pobre, e o rapaz que morava lá (o alvo do Presidente da Estaca) disse que estava receoso em ir para a Missão porque ele trabalhava e ajudava a sustentar a casa, então se ele fosse para a Missão a família dele iria perder uma fonte de renda. 
Eu retornei da Missão em 1995, e para quem viveu naquela época sabe que a situação econômica do Brasil era bem pior que agora, os salários eram mais baixos e havia altas taxas de desemprego, muitas famílias estavam em dificuldades financeiras e os pais  dependiam muitas vezes dos salários dos filhos para pagar as contas. 
Quando o jovem fez esta alegação o Presidente respondeu com aquela célebre frase: que ele deveria buscar primeiro o reino de deus e todas as outras coisas seriam acrescentadas. Disse que  ele podia ir para a Missão tranquilo, pois que Deus iria tomar conta da família dele. 
Bem, o Presidente jogou a responsabilidade para Deus, pois evidentemente que a Igreja mesmo não iria fazer nada para ajudar. 
No carro o Presidente comentou comigo que aquilo era apenas uma desculpa para não ir para a Missão. Que ele já estava cansado de ouvir desculpas, e que nada justificava que um jovem não fosse para a Missão. 
A mim me pareceu que o Presidente estava pouco se importando com a situação financeira dessa família, nem com esse jovem; Se ele queria ir ou não para a Missão, se ele estava preparado. É de se ressaltar que ele teria que pedir demissão do emprego, e quando ele voltasse, será que conseguiria arranjar outro? O Presidente somente estava se importando em cumprir a meta. Esta impressão de que os líderes não se importam de verdade com os membros se repetiu várias vezes enquanto fui membro. 

Um abraço,

27 comentários:

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  2. Chega de mormonismo. Mormonismo e mentiras NUNCA MAIS! São MENTIROSOS e FAlsos. Aqui ninguém confia neles nm pra abrir um crediário em uma loja!

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  3. Agora entendi porque o profeta Monson não quis ir p/missão (rsrs)

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  4. saudações prezado antonio muito bom seu blog descupe a demora em te dar um retorno referente ao seu pedido de publicar minha historia no seu blog sem nenhum problema ok abraço saude e paz

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    1. Sua história será publicada em breve amigo. Obrigado pela permissão! Um abraço!

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  5. saudações antonio comop vai ? gostaria de pedir um favor a vc se possivel é claro se tiver ao seu alcançe
    e o seguinte estou precisando enntrar em contato com ex missionarios mormos, que se afastaram da seita mormo ,existe dois tipos de ex missinarios mormos com uma diferença os que freguentam e os que se afastaram completamente como no meu cazo acredito que vc leu no meu blog, que pessoas que passaram pelo templo deles pricipalmente ex missionarios ,são perseguindos pelos outros mormos , quando eu estava ainda na missão ,mas ja estava preste de vir embora hovi varias e varias vez eles dizer a mim , se eu saisse da missão na na minha vida ia dar certo , por este e outros motivos , eu pressizo contatar outros ex missionarios mormos , para trocar info e tb para saber como foi a missão para eles

    vc tem orkut cazo tiver e que quizer me add o meu orkut é este
    http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=17093505156356536967


    forte abraço antonio

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  6. para souza vc vai perder seu tempo , nao tenha medo de castigo divino por nao ir para missão pense em vc, ha mais um detalhe eu sou um ex missionario nos anos 80 por falta de info adequada as pessoas aceitava o mormonisno muito facil , no meu tempo era facil dar palestras para vc ter uma ideia davamos em media 30 a 35 palestras por semana , nao existia semana de 10 ou 15 palestras somente , hoje os tempos são outros descupe mais a sua igreja ta com o filme torado !! eu nao sei como esta por dentro de uma missão mais , pode ter certeza que vc vai ser cobrado souza quando eu fui missionario me dava uma tristeza tão grandre ou seja solidão !!! pois vc ta longe de quem vc gosta e longe do que gostade fazer pense bem considere isto canssaço ,fome inginorancia das pessoas convivio na missão e varia outras coisas cara este negocio que deus vai sustentar todas as suas nessecidades e problemas na missão não é bem isto não , isto é ilusão !!
    se quiser me escrever não tem problema abs

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  7. VÃO PRO INFERNO TODOS VOCÊS EMISSÁRIOS DE LÚCIFER, QUE SÃO CONTRA A VERDADE, CERTAMENTE VOCÊS SÃO MÓRMONS MAL RESOLVIDOS QUE DEPENDIAM DA IGREJA E A MESMA CORTOU SEUS PRIVILÉGIOS OU NÃO SÃO CAPAZES DE CUMPRIR UM MANDAMENTO SEQUER, AI CRIAM ESTAS BESTEIRAS NA NET PRA JUSTIFICAR SEUS FRACASSOS.

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    1. Esta é a típica maldição proferida pelos membros da Igreja Mórmon. Antes de pesquisarem e se inteirarem do conteúdo do blog, preferem ir logo mandando todo mundo para o inferno. Esta é a característica que uma pessoa adquire ao pertencer ao mormonismo. Característica de amaldiçoar as pessoas e não de amor.

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    2. Privilégios???????????????????

      Deixe-me contar sobre alguns "privilégios" que tive na Igreja.

      Primeiro tive o "grande privilégio" de pagar pela minha missão (eu e minha família) - Paguei para trabalhar de graça para a Igreja.
      Sim, tive o "privilégio" de trabalhar 2 anos de graça para a igreja, tranquei a faculdade e fiquei 2 anos sem estudar, sem ter um trabalho remunerado e sem recolher contribuição previdenciária.
      Na época, achava que estava fazendo um serviço a favor do meu próximo. Mas o fato é que os missionários muito mais atrapalham a vida dos outros do que ajudam - pelo simples fato de que o que ensinam é mentira.

      Voltei da missão, retomei os estudos e tive que me virar para conseguir um emprego. Depois de empregado, tive o "privilégio" de dar 10% dos meus rendimentos para a igreja. Além é claro de continuar trabalhando de graça, nos cargos que ocupei ( apesar de estar com a vida super corrida). Nos projetos de serviço, tive o "privilégio" de trabalhar gratuitamente como faxineiro.

      Tive o "privilégio" de acordar cedo aos domingos para participar daquelas chatíssimas reuniões de testemunho dos primeiros domingos do mês, de participar daquelas inúteis caravanas para o templo,etc,etc,etc - enfim , foram muitos os "privilégios" durante o período que frequentei a igreja.

      Depois que saí, tive o "privilégio" de ser ofendido por membros da igreja, que alegavam que eu estava me afastando da verdade. Sim, fui importunado por membros que ainda não tinham conseguido perceber que a igreja mórmon é uma farsa.

      Mas a igreja não cortou nenhum "privilégio" meu, fui eu que cortei a igreja da minha vida.
      E o fiz, não porque eu não tinha capacidade de obedecer os "mandamentos". Cortei a igreja da minha vida, pelo único e exclusivo motivo de ter descoberto que a Joseph Smith e sua igreja são uma farsa.

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  8. meta disso ... meta daquilo... parece mais uma empresa do que uma igreja ... e apesar das metas está cada dia mais vazia

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    1. As metas eram enfiadas goela abaixo dos missionários e dos líderes. E algumas realmente eram incompreensíveis.
      Veja o caso do presidente de estaca. Se ele tivesse uma meta de enviar 10 rapazes ao campo missionário no ano (por exemplo), e ele enviasse 9 elderes (homens) e mais 10 sisteres (mulheres), a meta simplesmente não era considerada como cumprida, pois a meta se referia unicamente aos homens. Se ele enviasse 1.000 mulheres ao campo missionário, a meta não estaria cumprida - Isto mostra bem o valor das mulheres para a Igreja.

      Para os missionários, a história se repetia. Quando cheguei na missão a nossa meta era 1/4. Ou seja, no mês tínhamos que batizar pelo menos 4 pessoas, sendo que uma delas, obrigatoriamente tinha que ser um homem.

      Então, por exemplo, se a dupla de missionários batizasse 4 homens , a meta estaria cumprida ( 4 pessoas, pelo menos 1 homem), mas se batizássemos 4 mulheres a meta não era considerada cumprida.
      Para a Igreja as mulheres valem menos que os homens . Pior é que depois vinham aqueles líderes cara-de-pau discursar e diziam que "as mulheres eram valorizadas na igreja", que "eram filhas especiais de deus", etc. Mas na prática a igreja nunca valorizou as mulheres.

      Como escrevi, cheguei na missão esperando ter uma experiência espiritual, mas encontrei um monte de metas, sem sentido, para cumprir.
      Quando questionava com o presidente de missão, ele dizia que o sistema de metas era inspirado por Deus.
      Na verdade, este sistema de metas vêm do mundo empresarial e também faz parte da cultura norte-americana, portanto, sendo a Igreja Mórmon uma igreja americana, não é a toa que enfatize tanto esse sistema de metas. Mas uma coisa é certa, esse negócio de metas não vêm de Deus.
      As metas na missão estavam sempre mudando, parece que muito frequentemente um dos apóstolos recebia alguma """revelação""" para que se mudasse as metas, as mudanças eram tão frequentes que acabava virando bagunça.
      No final das contas, os missionários se sentiam pressionados o tempo todo na missão, o que resultava em diversos batismos as pressas, de pessoas que logo depois se afastavam.
      Muitos missionários só estavam na missão devido a pressões dos familiares e dos líderes (que tinham que cumprir metas também). As pressões eram muito maiores para os norte-americanos, principalmente os de Utah.

      Alguns, além de estarem no campo missionário a contra gosto, ainda sofriam pressão da família para se tornarem líderes dentro da missão, assim os seus familiares poderiam contar vantagem para os outros membros.

      As metas e a forma como a Igreja era administrada evidenciavam que os "apostolos" e o "profeta" não recebiam nenhuma revelação de Deus.

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  9. Todos estes que agora criticam a igreja, um dia disseram que ela era verdadeira. Quantas vezes prestaram seu testemunho sem que ninguém os obrigasse a isso. Mas em algum momento cederam às paixões da carne. Violaram os convênios também feitos de sua livre vontade e escolha. É de se admirar que, os que fazem assim não se contentam em seguir sua vida, mas querem tentar satisfazer sua consciência corrompida. Falta-lhes algo e sabem o que é!

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    1. Vou mais uma vez repetir aqui algo que eu já disse (e escreví) inúmeras vezes: Eu me afastei da Igreja por UM ÚNICO MOTIVO: DESCOBRI QUE ELA NÃO É VERDADEIRA.

      De novo: Eu me afastei, única e exclusivamente, porque descobri que a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias não é verdadeira.

      Deu para entender S idnei ? ... Não, muito provavelmente você não deve entender isto, pela minha experiência é muito improvável que um membro ativo da Igreja consiga entender que alguém se afastou porque descobriu que a Igreja é uma farsa.

      O que acontece é que os mórmons vivem em mundo de fantasia, e para que este mundo fantasioso permaneça de pé é necessário que o confronto com a realidade seja evitado.
      Assim, para vocês mórmons, todos aqueles que se afastaram é porque cometeram graves pecados (ou como você escreveu : " cederam às paixões da carne").

      Viví por mais de 20 anos dentro da Igreja Mórmon, durante esse período ví muita gente se afastando, e sempre que alguém se afastava, as más línguas mórmons já estavam de prontidão para falar mal do membro que se inativou: "Foi fraco", "foi enganado pelo inimigo", "não quis mais obedecer aos mandamentos", "não cultivou o testemunho" etc, etc.
      S idnei, a Igreja Mórmon oferece um vasto repertório de frases prontas para falar de quem se afastou, você escolheu algumas delas : "consciência corrompida", "falta-lhes algo"...

      Depois de 20 e tantos anos de Igreja chegou a minha vez de se afastar, e é claro tive que ouvir muita bobagem dos membros, parecidas com as que você escreveu em seu comentário. Meu afastamento já aconteceu a mais de 15 anos, mas a ladainha continua a mesma, a Igreja Mórmon realmente não evolui.

      Existe uma frase que explica essa reação dos membros ativos quando alguém decide deixar a Igreja :

      PÁSSAROS CRIADOS EM GAIOLA ACREDITAM QUE VOAR É UMA DOENÇA (A. Iodorowsky)

      Quando eu saí da gaiola mórmon, os que lá ficaram não conseguiam entender que eu tinha descoberto toda a farsa por trás do mormonismo.

      É verdade que os que estão afastados hoje, um dia já prestaram testemunho da Igreja. E isto é uma evidência de que essa história de testemunho é uma furada, não existe confirmação do Espírito Santo de que a Igreja Mórmon é verdadeira.
      Aliás, este foi um dos argumento que ouvi quando me afastei, que eu havia prestado o meu testemunho inúmeras vezes, e que como eu não o havia cultivado, havia permitido que se enfraquecesse.
      Considerando que Deus é onisciente e não mente, se de fato uma pessoa recebesse uma revelação de Deus, este conhecimento seria absoluto, e não se tornaria mais fraco ou mais forte conforme o passar do tempo.

      Nessa mesma linha, se eu realmente sei de algo, eu não preciso ficar frequentemente declarando que eu sei para pessoas que já possuem o mesmo conhecimento.

      Essas reuniões de testemunho e essa necessidade de prestar testemunho a toda hora nada mais são do técnicas de lavagem cerebral .

      Deus jamais confirmou a ninguém que a IJCSUD é verdadeira, no entanto são usadas técnicas e estratégias para fazer com que os membros acreditem que receberam um testemunho.

      Quando um membro percebe que foi enganado, e que o testemunho não é real, ele se afasta (ou pelo menos a maioria se afasta)- simples assim!

      Isto explica porque existem muito mais membros inativos do que ativos (sem contar aqueles que solicitaram a retirada do nome).

      Eu nasci e cresci em uma família Mórmon, toda minha infância e adolescência foram dentro da Igreja. Fiz missão, vivi o mormonismo intensamente. Tenho parentes dentro da Igreja.

      A Igreja Mórmon fez parte da minha vida de uma forma muito forte que de certa forma reflete até hoje, todas as lembranças de quando eu era mais jovem estão relacionadas à Igreja.

      Mas não pude deixar de enfrentar o fato de que ela é falsa, conheci as mentiras e manipulações da Igreja, bem como o malefício que ela causa às pessoas. Por isso, é mais do que natural que eu esteja aqui, escrevendo sobre a Igreja.



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    2. Gostei de suas palavras GM, tem muita coisa esquisita na igreja, não é porque minha família é membro que eu vou concordar com tanta coisa errada na igreja. Não é porque eu parei de ir na igreja que eu me tornei uma pessoa horrível.

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    3. Gostei do que vc escreveu GM. A igreja é esquisita, eu não vou concordar com as coisas erradas so porque minha família é membro. Eu não me tornei uma pessoa horrível so porque parei de ir na igreja

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    4. Claudia,

      As histórias dos membros que descobrem que a igreja é falsa e se afastam são parecidas.
      Desde de criança fui condicionado a acreditar que a Igreja é verdadeira e que eu possuía um testemunho disto. Quando as provas de que a Igreja é falsa começaram a se apresentar, surgiu um conflito, afinal "eu sabia" que a Igreja era verdadeira. Em um primeiro momento, eu levantei as hipóteses de que o meu testemunho estava se enfraquecendo ou que o "inimigo" estava tentando me enganar. Este tipo de pensamento faz parte da lavagem cerebral da Igreja.
      Uma vez que obtive a plena consciência da falsidade do mormonismo, ficou inviável continuar frequentando as reuniões.
      Dar o passo para fora da Igreja não foi das tarefas mais simples e agradáveis ( tinha muitos amigos e parentes na igreja, e intentava casar com uma membro que era muito, muito firme na Igreja)... mas era o único caminho que eu tinha a seguir.
      Na distorcida visão dos membros ao me afastar da Igreja eu estava me afastando da verdade.
      De acordo com a igreja as pessoas estão divididas entre aqueles que pertencem ao reino de Deus (santos dos últimos dias) e os que pertencem ao mundo (os não membros - "gentios"), os mormons acreditam que os não membros vivem em um mundo de iniquidade, desprovidos do conhecimento da verdade.
      No entanto, esta divisão proposta pela doutrina da Igreja não encontra embasamento na vida real: Encontrei muita gente desonesta na igreja, incluindo-se portadores do sacerdócio, líderes, ex-missionários , etc.
      Ninguém se torna uma pessoa melhor pelo fato de entrar para a igreja, assim como eu não me tornei uma pessoa pior quando saí.
      Quando me afastei, meu caráter e minha personalidade permaneceram os mesmos. Na verdade teve até um lado positivo, pois não fui mais obrigado a acreditar em doutrinas racistas, homofóbicas e machistas que a igreja impõem, como se tivessem vindas de Deus.

      De fato, eu também comecei a descobrir muitas coisas "esquisitas" na Igreja, coisa que vão contra o bem senso e contra valores pessoais. Os eventuais laços que temos com a Igreja (familiares, amizades, etc) não devem nos impedir de questionar e de nos afastar do mormonismo.
      Boa sorte!

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  10. Não sei quem era seu Presidente de Estaca, mas ele está de parabens, é o que se espera de um líder, usando o tempo para ir atras de suas ovelhas e dar orientações para o bem, de irem para a missão, sem receber nada por isto.

    Eu sei que a Igreja é verdadeira. Recebi esta revelação direto do Pai Celestial

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  11. Eu acho bastante positivo que este blog está permanecendo ativo, que as pessoas estão lendo e comentando, no entanto muito provavelmente esta será a última vez que postarei comentário em site relacionado ao mormonismo (ao menos esta é minha intenção, não mais me ater ao mormonismo)

    Em relação ao comentário do Sr. Emerson eu tenho a dizer que existem milhares de pessoas que afirmam ter recebido uma revelação/comunicação diretamente de Deus. Considerando que estas supostas revelações de Deus são divergentes e muitas vezes contraditórias, chego a conclusão que: 1. Ou Deus está mentindo, 2. Ou estas revelações não são reais.
    Uma dessas milhares de pessoas que alegam ter recebido revelações de Deus é o norte-americano Dan Lafferty, o qual com a ajuda de seu irmão, matou a cunhada e a sobrinha.
    Durante o julgamento, pelo duplo homicídio, no tribunal, alegou ter recebido uma revelação em que Deus ordenava a "remoção" das duas vítimas.
    Mais de 15 anos após o assassinato, Dan foi visitado na prisão pelo escritor Jon Krakauer, que lhe perguntou se ele sentia culpa ou remorso por ter matado violentamente duas pessoas inocentes, ele respondeu que não, pois estava apenas cumprindo uma ordem de Deus. Ou seja, ele nunca deixou de acreditar que havia recebido uma revelação de Deus para "remover" duas pessoas (esta história é relatada no livro "Pela Bandeira do Paraíso").
    Outro exemplo: Álvaro Thais alega que em 1979 recebeu uma revelação de Deus acerca de sua verdadeira identidade, de acordo com essa revelação Álvaro seria a reencarnação de Jesus Cristo, até hoje ele acredita nessa revelação e através de ação judicial alterou o seu nome para Inri Cristo.
    No dia 09/03/2016, Emerson André posta um comentário dizendo que recebeu uma revelação diretamente de Deus acerca da veracidade da Igreja.
    Bem, para mim está claro uma coisa: por mais que alguém alegue que recebeu uma revelação de Deus, por mais que a pessoa afirme que tem certeza ou "saiba" que a revelação é de Deus, por mais que a pessoa viva de acordo com a revelação por anos, ou até mesmo pela vida inteira, isto não implica que a suposta "revelação" seja verdadeira e que realmente tenha vindo de Deus.
    Eu já conversei com vários religiosos, e numa coisa todos concordaram: Deus não revelaria uma coisa para uma pessoa e outra coisa, diferente e contraditória, para outra. Assim, cada um acredita apenas na própria revelação e duvida das demais.
    Alegações de que em um mundo vindouro (ou na 2ª vinda de Cristo, ou no dia do julgamento) saberemos quem tem razão, não acrescentam nada na discussão e deixam tudo na estaca zero.
    O fanático religioso tem certeza, e isso lhe basta como prova de que aquilo que acredita é verdadeiro. Ocorre porém que a certeza é muito subjetiva, e não serve de base para se descobrir a verdade.
    A verdade é mais complexa e objetiva e leva em consideração a correspondência com os fatos.

    Por exemplo, suponha que eu afirmasse aqui que eu me comuniquei com Deus, e que Deus me revelou que a Terra é plana...
    Acredito que ninguém (ou quase ninguém) acreditaria em mim, pelo fato de que o conteúdo dessa "revelação" não se coaduna com a verdade (a Terra não é plana).
    Da mesma forma, quando você alega que recebeu uma revelação de Deus indicando que a Igreja (Mórmon) é verdadeira, eu não acredito, porque esta "revelação" não tem correspondência com a verdade dos fatos.
    A doutrina Mórmon é tão ilógica, que um simples sopro da razão faz o castelo de ilusão do mormonismo desmoronar.


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  12. Em relação ao fato de meu antigo presidente de estaca "ir atrás das ovelhas" de forma abnegada, eu tenho algumas considerações a fazer:
    O sentimento que guardo dos líderes da igreja é que eles trabalhavam muito mais a favor da Igreja do que em favor do próximo.
    Os líderes tem muitas atribuições meramente administrativas e burocráticas: são relatórios a serem preenchidos, muitas questões de pouca importância, reuniões pouco produtivas, metas a serem cumpridas e um grande número de entrevistas desnecessárias, que não trazem benefício algum.
    Os líderes tem que conciliar essas atividades administrativas da Igreja com as obrigações familiares e profissionais, o que lhes deixa muito pouco tempo para realmente se dedicarem e ajudarem os que necessitam. Em muitos casos, devido as essas pressões, são os próprios líderes que estão atribulados, e necessitam de ajuda.
    O presidente de estaca era funcionário da Associação Brasileira da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, e como citei , ao meu ver, o real interesse dele era o de atender uma demanda da Igreja (enviar um determinado número de rapazes para o campo missionário) e não o de ajudar "as ovelhas".
    Apenas para acrescentar mais um fato, havia aprendido na Igreja, inclusive com meu ex-Presidente, os seguintes ensinamentos sobre a missão:
    1. Ao encaminhar os documentos para receber o meu chamado missionário, Deus iria revelar ao profeta em qual lugar eu deveria servir como missionário, pois desde a pré-existência eu já havia sido pré-ordenado a servir em um determinado local;
    2. Na pré-existência eu já havia conhecido algumas das pessoas que eu viria a ter contato e batizar na missão. Tal ensinamento reforça a importância do ensinamento acerca do profeta receber a revelação sobre o local correto em que cada missionário deveria servir;

    No entanto, apesar de ensinar que era Deus que escolhia o lugar onde cada missionário iria servir, esse presidente de Estaca fazia alguns "favores" a determinados membros da Igreja, influenciando junto à administração da Igreja para que alguns privilegiados fossem servir missão nos Estados Unidos. A missão mais desejada era a da praça do Templo, pois o serviço lá seria mais fácil do que nas outras missões. No entanto, o importante mesmo para alguns era servir em alguma missão dos Estados Unidos, pois além de estar cumprindo um "mandamento" a missão também serviria como um intercâmbio.
    Um dos missionários que conheci, que foi para os EUA comentou que futuramente ele pretendia trabalhar no SEI, e que o fato dele servir fora do país e aperfeiçoar o inglês serviria para enriquecer o currículo, e assim ter mais chances de conseguir o emprego no SEI.
    É claro que esta "gentileza" prestada pelo presidente só era concedida a membros que faziam parte de famílias mais influentes da Igreja, os mais humildes não eram dignos de serem ajudados a fazer missão no exterior. Meu presidente de estaca ensinava uma coisa (que Deus escolhia o local em que o missionário iria servir) e na prática agia diferente.

    Essa politicagem e troca de favores, que presenciei, são típicos de organizações puramente humanas, como é o caso de A Igreja de Jesus Cristo dos Santo dos Últimos Dias.



    "Argumentar com uma pessoa que renunciou o uso da razão é como aplicar remédio em pessoas mortas" - Thomas Paine.

    "... Enquanto as pessoas desejarem que a Igreja seja verdadeira, mais do que quiserem enfrentar o fato de que ela não o é, elas não escutarão as evidências ou a razão. O delírio torna-se, assim, umas escolha" - Investigadora.

    "O fanatismo é a única forma de força de vontade acessível aos fracos" - Friedrich Nietzsche.

    "É difícil libertar os tolos das amarras que eles veneram" - Voltaire




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  13. via WEB

    "Elvira" e eu estávamos no CTM na mesma época e ficamos amigas. E durante a missão sempre trocamos e-mails sobre nossa experiência como missionárias. Tanto eu, quanto ela, nossa, nós estávamos muito empolgadas com a oportunidade de servir. Foi algo que partiu de nós. Ninguém disse: ei, vocês precisam ser missionárias por causa da família. Eu era a única membro de minha família, por exemplo. E daí comecei a estudar a doutrina de Cristo na Bíblia. Minha treinadora era bastante pontual quanto a isso. Eu lia e nada batia com o que eu ensinava pras pessoas ou como os membros se comportavam. Eu sou feminista. E eu odiava como os membros maltratavam as mulheres e falavam coisas horríveis. Ouvi de membros que mulheres eram inferiores. Mas ok. Não sai, pois eu fiquei indignada com algum ato "humano" dos membros. Passamos por provações em qualquer momento das nossas vidas. Mas percebi que não se tratava de uma igreja de Cristo. Era só mais outra religião que só pensa em dinheiro. A estrutura da missão é extremamente comercial. Se você não bate as metas de "venda", ou melhor, de batismo, você é humilhado pelos seus líderes. Você está sempre sobre pressão. Nesse momento você vê que não tem nada inspirado por Deus. Ou você vai salvar almas, como lindamente eles te dizem no CTM. Não é sobre Deus, Jesus, etc. É sobre dinheiro. Me impressiona que quando mandava e-mails pra Sister "Elvira", ela se sentia da mesma forma. Eu cheguei em casa e fiquei um tempo refletindo. Eu queria sair, mas não sabia como. Daí li grupos no Facebook e sai. E ajudei a "Elvira" sair também. E manifestar que tu não acredita na igreja é algo terrível, pois eu fui perseguida por membros. Eles me mandavam mensagens terríveis, me agredindo. E na mesma época eu estava lendo a CES Letter e aquilo fechou totalmente com o que eu pensava e sentia. Eu não me arrependo de ter saído. Não me arrependo das coisas ruins que tive que ouvir ou vivenciar. Eu não conseguiria viver uma mentira o resto da vida.

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    1. "A estrutura da missão é extremamente comercial. Se você não bate as metas de "venda", ou melhor, de batismo, você é humilhado pelos seus líderes. Você está sempre sobre(sob) pressão. Nesse momento você vê que não tem nada inspirado por Deus."

      Estas palavras refletem exatamente o que penso da missão que fiz. Provavelmente existem muitos ex-missionários que pensam o mesmo.

      Na época em que eu estava me preparando para ir para a missão eu era muito ingênuo.
      Eu acreditava que:

      1.A missão iria ser uma "aventura espiritual";
      2.Eu era um representante de Jesus Cristo;
      3.Eu tinha sido pré-ordenado a ser um missionário;
      4.O Espírito Santo iria me guiar até os eleitos e iria colocar as palavras na minha boca;
      5.O Espírito Santo iria confirmar a veracidade da mensagem que eu ensinava;
      6.Eu iria ver a vida das pessoas mudando para melhor, quando elas aceitassem o evangelho.

      Eu era tão ingênuo e tinha tantas expectativas em relação à missão, que eu realmente acreditava que poderia, até mesmo, ter alguma visão durante a missão (visão de um anjo ou algum outro tipo de visão celestial, no campo missionário ou dentro do Templo).
      Eu acreditava que se eu fosse extremamente fiel e estudasse muito as escrituras eu poderia levar muitas almas a Cristo.
      Quando cheguei no campo missionário começaram a vir as decepções, realmente a missão tem um formato muito comercial, baseado em metas de vendas(batismos).

      O Espírito Santo não me guiou até os eleitos, e nem confirmou a veracidade de minhas palavras, em vez disso, eu estudava técnicas de manipulação (do Guia Missionário) para induzir as pessoas a acharem que estavam sentido o Espírito Santo.

      Realmente, eram técnicas manipulativas de vendas aplicadas ao trabalho missionário.

      As cobranças do cumprimento das metas eram constantes e feitas em público. Os que tinham números ruins eram humilhados em público, e os que tinham bons números eram exaltados publicamente também.

      Quando me tornei líder (LD e LZ) recebi treinamentos nos quais era muito enfatizado que na condição de líder meus números teriam de ser superiores aos números dos liderados.

      Quando eu fazia o trabalho eu já não sabia mais qual era a minha verdadeira motivação:
      Se era aquela motivação inicial, de ser um representante de Cristo e estabelecer o reino dele na Terra, ou se eram aquelas constantes cobranças por números, que se transformaram em uma pressão ainda maior depois que me tornei líder na missão.

      A missão não foi o que eu esperava inicialmente, realmente era muito mundana/comercial e muito pouco espiritual. As supostas experiências espirituais vividas pelos missionários são muito mais fruto do desejo de acreditar na veracidade da Igreja Mórmon e no caráter sagrado da missão, do que propriamente experiências reais e verdadeiras.

      As histórias espirituais, ainda que baseada em fatos reais, são maquiadas, melhoradas e forjadas com alguns enfeites e exageros, omitindo-se, muitas vezes, as partes que não se encaixam no propósito de fazer propaganda da Igreja. .

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  14. Prezado GM,


    Qualquer um que entra na Igreja e procure defeitos nos lideres, vai encontrar defeitos. Mas devemos lembrar das palavras do Mestre: que atire a primeira pedra aquele que nunca pecou.



    Eu já ví muita coisa errada na Igreja, e quem erra tem que prestar contas um dia.

    Pelas coisas que já ví se eu não tivesse um testemunho já teria saido da Igreja.

    que bom que tenho meu testemunho vivo o evangelho e não me afasto pelo erro dos outros, pelo meu testemunho vivo o evangelho e daria a vida.



    Precisamos ter fé agarrar a barra de ferro e superar todas as barreiras.

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    1. Leila,

      Eu também já ví muita coisa errada na Igreja, mas não foi isso que causou meu afastamento.
      Eu até te agradeço, pois mais uma vez posso deixar claro que meu afastamento ocorreu unicamente porque descobri que a Igreja não é verdadeira.

      E olha que na época que eu frequentava eu cheguei a dizer que eu seria capaz de dar a vida pela Igreja. Realmente eu estava em um alto grau de fanatismo.

      "Há fanatismo entre crentes de todo o tipo, do menos ao mais irracional. Mas, não existe fanatismo racional, em que pese o fato de um certo tipo de razão (instrumental, cínica, etc) também ter cometidos os seus desatinos e crimes . Assim, para o fanático religioso, não basta adorar um Deus visto como Senhor absoluto, é necessário ser soldado dele na terra, lutar pela causa superior, pregar, exorcizar, forçar os "infiéis" ou "divergentes" à conversão absoluta, à qualquer preço. O fanático está sempre disposto a dar provas do quanto sua causa suprema vale mais do que as próprias vidas: dele, de sua família ou mesmo de toda a humanidade. Ele mata por uma idéia e igualmente morre por ela." (extraido do site espaço acadêmico)


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    2. Você fez referência a uma passagem do Novo Testamento: "que atire a primeira pedra aquele que nunca pecou".

      Eu gosto dessa passagem, João 8:1-11, no entanto há controvérsias se, de fato, foi o Mestre que proferiu tais palavras:

      O fato deste trecho (Joao 8:1-11) não estar contido originalmente no Evangelho de João é praticamente um consenso.



      "Sabe aquela famosa cena em que Jesus salva uma adúltera prestes a ser apedrejada? De acordo com especialistas, esse trecho foi inserido no Evangelho de João por algum escriba, por volta do século 3. Isso porque, na época, o cristianismo estava cortando seu cordão umbilical com o judaísmo. E apedrejar adúlteras é uma das leis que os sacerdotes-escritores judeus haviam colocado no Pentateuco. A introdução da cena em que Jesus salva a adúltera passa a idéia de que os ensinamentos de Cristo haviam superado a Torá – e, portanto, os cristãos já não precisavam respeitar ao pé da letra todos os ensinamentos judeus."

      http://super.abril.com.br/historia/quem-escreveu-a-biblia


      No entanto o historiador Bart D Ehrman oferece um outro ponto de vista sobre a motivação, segundo ele, a pessoa que inseriu este trecho tinha a intenção de deixar estabelecido que Jesus Cristo sabia escrever (João 8:6 - ... Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra.).

      http://docslide.com.br/documents/bart-d-ehrman-o-que-jesus-disse-o-que-jesus-nao-disse-quem-mudou-a-biblia-e-por-queate-pag-55.html

      http://docslide.com.br/documents/bart-d-ehrman-o-que-jesus-disse-o-que-jesus-nao-disse-completo.html

      http://www.saraiva.com.br/quem-escreveu-a-biblia-porque-os-autores-da-biblia-nao-sao-quem-pensamos-que-sao-4896027.html


      De qualquer forma Leila, eu não estou destacando uma falha pessoal de um membro da Igreja, eu constatei que a própria Igreja é falha, e que ela não é dirigida por Jesus Cristo.

      Outra passagem da Bíblia que eu gosto é aquela que ensina que a verdade liberta. A verdade deve estar em primeiro lugar, ainda que tenhamos que abrir mão de crenças errôneas, por mais queridas que elas sejam.

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