A ÚNICA VERDADE?

Alguns membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias afirmam que eu luto incessantemente para levá-los à apostasia. Gostaria de refletir um pouco com eles, nesse meu pequeno texto sobre o que seria a “verdade” de fato, uma vez que a apostasia é, segundo as definições aprendidas na Igreja Mórmon, “o afastamento da verdade”. Então, o que seria a verdade? Achei uma pequena definição numa enciclopédia:

“A palavra verdade pode ter vários significados, desde “ser o caso”, “estar de acordo com os fatos ou a realidade”, ou ainda, ser fiel às origens ou a um padrão. Usos mais antigos abrangiam o sentido de fidelidade, constância ou sinceridade em atos, palavras e caráter. Assim, "a verdade" pode significar o que é real ou possivelmente real dentro de um sistema de valores. Esta qualificação implica o imaginário, a realidade e a ficção, questões centrais tanto em antropologia cultural, artes, filosofia e a própria razão. Como não há um consenso entre filósofos e acadêmicos, várias teorias e visões acerca da verdade existem e continuam sendo debatidas”.

Não posso, de forma alguma, depois de ter experimentado essa “verdade” que os Mórmons definem como “a única”, concordar atualmente com o preceito que me foi imposto no passado. Fico às vezes imaginando, e pergunto-me: Há realmente uma verdade absoluta no que diz respeito a doutrinas religiosas? Arrisco a escrever, que depois de vivenciar e estudar sobre esse assunto, de analisar e de ponderar bastante, pesando hipoteticamente os prós e os contras, arrisco em afirmar aqui, que não há uma verdade absoluta em nenhuma doutrina religiosa. Não importa o quanto os líderes, proprietários e sócios dessas igrejas digam aos incautos membros. Ou que argumentos utilizem para convencê-los. Se houvesse uma verdade única, as pessoas de bem as procurariam e as aceitariam como embasamento para um mundo melhor. As igrejas não precisariam gastar em proselitismo. A verdade seria desejada, buscada e estaria facilmente à disposição de qualquer um que a buscasse. Entretanto, é o contrário! O que vejo em todas as doutrinas religiosas são intrigas, ganâncias, fofocas, invejas. Se os membros estivessem sob o manto da “verdade única”, isso não aconteceria, pois a própria doutrina os guiariam a cederem essas fraquezas por uma justa troca de força de caráter e personalidade.

Eis algumas palavras de alguns membros da Igreja Mórmon, poucas na verdade, mas relevantes para que possamos ver se há “verdade” nelas:

“Eu acredito que é bem mais fácil que Cristo cuspa em sua face do que na de muitos membros...(...) Todas as coisas que são BOAS vêm de Deus e todas as coisas que são RUINS como esta página, são do diabo, ...” (Facebook) Sarah De Paulo Do Amaral.

“O sistema [de casamento] com apenas uma esposa, não apenas degenera a família humana, tanto fisicamente como intelectualmente, mas é inteiramente incompatível com noções filosóficas de imortalidade: é uma isca para a tentação, e comprovadamente, sempre foi uma maldição para os povos”. (Millenial Star 15: 227 - John Taylor – 3º Presidente da Igreja Mórmon).

Meu objetivo aqui não é mostrar que sou o “dono da verdade”. Não tenho essa pretensão. Apenas quero mostrar minha reflexão sobre essa “verdade única” de que as religiões professam possuir. O que é certo para um, pode ser um erro para outro. Como exemplo, lembro-lhes que matar em nome de Deus é perfeitamente normal para algumas doutrinas, e é condenável e errado para outras doutrinas.