Nestes últimos dias tenho passado por situações que
tem me levado a refletir muito sobre algumas seitas (1), em especial o mormonismo. Gostaria de comparar a algo bem
claro de ser entendido, então pensei em um presente.
Imaginei um embrulho bem bonito, com fitas douradas,
aquele que realmente enche os olhos e anima o presenteado.
As vezes vem exatamente no formato e tamanho que
idealizamos, nos faz sentir orgulhosos e eleva nossa autoestima.
O presenteador lhe entrega um cartão com a seguinte
frase: você merece, Deus lhe enviou, não importa o que digam, aceite como
verdade!
Uau! Eu realmente devo ser muito amado, abro o
embrulho e não me importo nem ao menos a ver sua procedência, e nem o perfil de
quem me entregou.
Fico realmente muito surpresa do que é dado como
verdade hoje em dia, pior, do que é dito que procede de Deus. Afinal, todos
estão aflitos procurando por algo que venha preencher nosso interior, nossa
mente/alma.
Recordo-me da história de satanás, um anjo que teve
em seu coração o desejo de ser semelhante em adoração e superior a Deus
(Referência Ezequiel 28: 14-15 querubim? (2) e qual foi o seu fim (referência Ezequiel 28:16,
Apocalipse 12: 4-9). Deparo me com a informação que o presente que recebi me
fará ser exaltado, o mesmo sentimento originado no coração de satanás. Ser imagem (3) e semelhança de Deus confere-me
também chegar a sua estatura espiritual? Logicamente que não. Mas o diabo
conhece o nosso ego, o nosso desejo de ter um status e nível maior.
Também tenho a informação de que esse presente já me
pertencia antes em outro mundo espiritual, mesmo Deus me afirmando que primeiro
é o natural e depois o espiritual (Referência 1 coríntios 15:46) (4). Ou seja, Deus tem o poder da
criação. Quando estudamos etimologia das palavras usadas no livro de Genesis
percebemos que o verbo “criar” – em hebraico, “bara” sempre tem como sujeito
Deus, e se refere a “tirar algo do nada”, por isso vemos o verbo 'haja'
sendo usado tantas vezes.
E quem enviou o presente? Jesus, irmão de Lúcifer,
mas não me preocupo em entender que Jesus é unigênito (5).
Ah! E quem produziu o presente? O obreiro, alguém
que se "embasa" na bíblia para fundar a distribuidora de presentes.
Será que existe a necessidade de conhecer o obreiro? Não, o presente é bem
bonito! E jamais alguém perderia tanto tempo produzindo algo que não fosse
verdadeiro!? Será mesmo verdade?
Deus nos deixa claro que um obreiro não
pode ter do que se envergonhar (6),
e deve ter experiência em manejar o manual, neste caso, a bíblia. Uma pessoa,
por mais ignorante que seja sabe que Deus não compactua com sujeira, nem com o
pecado, nem com nada que transgrida a lei, certo? (7), então conclui-se que praticar poligamia (10) por
28 anos em um país onde era expressamente proibido casamento plural é
transgredir a lei, sem falar no racismo (8).
O obreiro possui qual fé? Será mesmo na bíblia? Ou
compactua com ocultismo e paganismo, talvez maçonaria (9). Mas a maçonaria é somente uma sociedade discreta,
secreta, não é necessário se aprofundar no tema, as pessoas falam demais a
respeito de coisas que não sabem. Então podemos buscar em
literaturas maçônicas, mas dá muito trabalho, melhor confiar no obreiro.
Poderia entrar em outros méritos, mas até aqui é suficiente por momento (10).
Mas será que é conveniente mostrar informações
aprofundadas do presente? (11) Não,
não é, conhecimento é algo falho e se a pessoa tiver não receberá o presente de
bom grado.
Enfim, o que ocorre é que todos ao redor, na
percepção do presenteado, está querendo destruir a sua alegria, quando na
verdade só quer ajudar. Fazer vistas grossas pode nos levar a compactuar
(pactuar juntamente) com aquilo que o próprio Deus não compactua. Se o inimigo
de Deus é Lúcifer, ele se torna o nosso também, desde que estejamos do lado de
Deus.
Se estamos do lado contrário damos liberdade para
este inimigo plantar o que quiser em nossa mente, seja através de emoções,
pensamentos, confirmações, mentiras, afinal ele é chamado de pai da mentira.
Não podemos avaliar um presente pelo seu embrulho, o
conteúdo sempre foi e sempre será essencialmente o mais importante.
O conteúdo não pode ser mudado por nossa vontade,
muito menos por afirmar e reafirmar categoricamente que ele é bom e que seu
obreiro é digno.
Att.,
Dayane Cavalcante Scalisse
"Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente" (Hebreus 13:8)
(1) Segundo Bertone de Oliveira
Sousa, Peter L. Berger definiu seita como a organização de um grupo contra um
meio que consideram hostil ou descrente. O grupo então se fecha em um corpo de
doutrinas e vê o restante da sociedade como inerentemente má ou pecadora,
passível da ira divina, que inevitavelmente sobrevirá sobre eles. A saída do
grupo pode acarretar diversos efeitos psicossociais em decorrência do
sentimento de solidão, de auto-culpabilização e da hostilidade advinda do grupo
que se está deixando. Sair de uma seita nunca é fácil porque ela exerce
controle sobre toda a vida individual e coletiva dos indivíduos.
(2) Querubim - Ela vem do
Hebraico KEROUBH (querubim na verdade é um plural), o nome de determinada ordem
de anjos.
(3) Imagem: derivada de IMAGO,
“imagem, representação”, da mesma raiz de IMITARI, “copiar, fazer semelhante”.
(4) Mas não é primeiro o
espiritual, senão o natural; depois o espiritual. 1 Coríntios 15:46
(5) Do Latim UNUS, “um”, mais
GENITUS, “nascido, gerado”. Ou seja, “filho único”.
(6) Procura apresentar-te a
Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a
palavra da verdade. 2 Timóteo 2:15
(7) (1Pe 2:13) Sujeitai-vos a
toda autoridade humana, por causa do Senhor, quer ao rei, com soberano, quer
aos governadores, como por ele enviados para castigo dos malfeitores, e para
louvor dos que fazem o bem. (Tito 3:1) Lembra-lhes que se sujeitem aos
governadores e autoridades, sejam obedientes.
(9) juramentos secretos
realizados nos templos mórmons são baseados no Ritual Escocês da Maçonaria.
(10) http://investigacoessud.blogspot.com.br/2010/01/mulher-no-mormonismo.html -
"Eu não penso mais ao pegar outra esposa do que eu penso ao comprar
uma vaca" (Wallace 101); "recomendava ... para que tome uma
mulher plural ou duas - uma vez que esta era uma cura certa para uma mulher
perversa e recalcitrante" (Fife 101)
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