Traduza para outra Lingua!

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

A CULTURA MÓRMON DO ESTUPRO

Texto de Antonio Carlos Popinhaki


Estamos vivendo numa época em que a humanidade está conectada através da internet. a difusão, quer seja de notícias falsas ou verdadeiras é instantânea. Isso faz com que todos sejam mais críticos e que tenham suas mentes abertas para a razão. Já não é fácil para “doutrinadores”, pregadores, pastores, padres e líderes eclesiásticos tentarem empurrar “goela abaixo” suas doutrinas e seus dogmas aos incautos e prosélitos.

Ainda bem que a humanidade está abrindo os olhos para a razão. Em nome de Deus, bilhões de seres humanos já foram mortos. Bilhões de seres humanos foram torturados, humilhados, tiveram suas famílias destruídas, foram ridicularizados e expulsos deste mundo de maneiras mais atrozes possíveis às mentes doentias.

Meu texto é direcionado a uma parcela desses chamados “cristãos”, os mórmons. Homens maus disfarçados de “Santos” sempre comandaram uma instituição nascida nos Estados Unidos no início do século XIX. Refiro-me ao movimento religioso chamado de mormonismo, uma seita que teve início com uma família cheia de problemas com ocultismo e religiosidade. Eles moravam no estado americano de Nova Iorque. Lá, certa vez, um membro dessa família de nome Joseph Smith Jr., um rapaz ainda, vivia confuso com seus pensamentos oriundos dessa inserção ocultista a que sua família estava submetida. Ele lia a bíblia, frequentava várias denominações cristãs, estava envolvido com metodistas, presbiterianos, batistas e outros que surgiam de tempos em tempos ao redor do lar da sua família.

Ao frequentar essas igrejas ele percebeu que apesar de usarem a bíblia, havia confusão em relação à sua interpretação, pois cada uma dessas denominações cristãos tinha seu dogma diferenciado com suas próprias regras. Então, certo dia, ele se dirigiu a um lugar no meio do mato ao redor de onde morava e começou a orar. Ele contou posteriormente que teve uma visão, onde apareceram para ele Deus, o Pai e seu filho, Jesus Cristo. Deram-lhe instruções para não aderir a nenhuma das igrejas existentes. Foi-lhe prometido, que posteriormente ele criaria uma nova denominação cristã, que unificaria os cristãos que estavam cegos em várias igrejas, pois todas elas tinham pedaços de uma “verdade”, mas a denominação que seria criada por ele, teria ‘toda a verdade”. Portanto, os cristãos não andariam mais errantes, pois Deus, o Pai e seu filho, Jesus Cristo estariam sob o comando, de forma oculta, dando instruções a Joseph no comando dessa nova denominação cristã.

No ano de 1830, a tal denominação foi criada. Inicialmente teve vários nomes, Igreja de Cristo, Igreja dos Santos dos Últimos Dias. Ainda em vida, Joseph Smith Jr. viu dissensões dentro da sua nova religião. Ramos dissidentes foram criados e se revoltaram por causa da dureza da doutrina. Joseph Smith Jr. se auto-proclamou “Profeta”, disse a todos que recebia revelações de Deus. Dentre tais revelações, não se podia fumar, beber, praticar sexo antes do casamento e nem adulterar. Entretanto, podia-se viver a poligamia, com um homem sendo casado com várias mulheres. Também podia-se viver a poliandria, sendo que um homem casado, poderia ter como esposa, outras mulheres casadas com outros homens. 

E desde aqueles tempos de Smith até os tempos atuais a Igreja, em todas as suas dezenas de ramificações endureceram e criaram dogmas e doutrinas de toda natureza. A ramificação mais conhecida no mundo é a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, ramificação brighamita, originada após a morte de Joseph, tendo como novo líder Brigham Young, um dos mais ferrenhos polígamos mórmons.

Joseph Smith Jr. foi casado com 33 esposas oficialmente, sendo a maioria delas jovens de idade entre 14 e 20 anos. Há hoje informações descobertas que ele teve mais de 40. Brigham Young teve não menos do que 55 esposas.

A esposa original de Joseph Smith Jr., Emma Hale Smith Bidamon teve muitos problemas com a poligamia instituída por Joseph Smith Jr. no mormonismo. Ele alegava para a esposa que a poligamia era uma “revelação de Deus”. Ele até tentou convencê-la a aceitar as outras esposas plurais, ameaçando-a com uma suposta “revelação”. “Em verdade eu te digo: Um mandamento dou a minha serva Emma Smith, [...] E que minha serva Emma Smith receba todas as que foram dadas a meu servo Joseph e que são virtuosas e puras perante mim; [...] E ordeno que minha serva, Emma Smith, permaneça com meu servo Joseph, apegando-se a ele e a nenhum outro. Mas se não guardar este mandamento, ela será destruída, diz o Senhor; porque eu sou o Senhor vosso Deus e destrui-la-ei se ela não guardar minha lei. Mas se ela não guardar este mandamento, então meu servo Joseph fará todas as coisas para ela, assim como ele disse; [...]Que minha serva perdoe a Joseph suas ofensas; e então a ela ser-lhe-ão perdoadas suas ofensas, as que cometeu contra mim; [...]”. Por causa da prática da poligamia e de todos os problemas que foram causados a muitas pessoas, Joseph acabou morto.

Em todos os tempos desde a existência do movimento, problemas de cunho sexual foram encontrados no mormonismo. Muitos foram abafados por líderes mórmons. Mulheres foram violentadas, homens maus abusaram delas, como predadores sexuais. Os mórmons estão entre os que mais consomem pornografia on line escondida no mundo. Vivem repressões sexuais de toda natureza. Aos jovens é proibida a masturbação, pensamentos impuros, sexo antes do casamento, leituras não autorizadas pela igreja, entre outras práticas. 

Os líderes do ramo brighamita (A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias) escreveram livretos de orientação sexual destinados aos rapazes e moças (veja mais aqui). Discursos são dirigidos para esse assunto, como uma constante vigilância por parte dos líderes da seita às moças e mulheres.

Já escrevi no blog inúmeros artigos sobre esse assunto, desde entrevistas direcionadas à investigação íntima, masturbação, predadores sexuais, insatisfação sexual, entre outros. Agora quero escrever sobre a cultura Mórmon do estupro. Isso mesmo, existe dentro do mormonismo uma cultura do estupro praticada por membros e líderes da seita. Para muitos membros dessa seita, os casos são isolados e não refletem uma prática comum dentro da organização (será? Veja isso!).

A cultura do estupro existe dentro do mormonismo simplesmente porque é uma organização patriarcal, uma organização que praticou a poligamia de forma aberta e descaradamente. Depois de leis americanas ameaçarem tomar as propriedades da igreja, eles cessaram temporariamente, mas muitos ramos ainda persistem com a prática. Na ramificação brighamita, a poligamia é aceita nos templos, sendo um homem selado (casado) a várias mulheres mortas. Nunca uma mulher casada com vários homens. Dizem que no futuro, após a segunda vinda de Cristo, tudo será restaurado, inclusive a poligamia.

O médico brasileiro Drauzio Varela escreveu: “Por meio da culpabilização da vítima, estimulamos que as mulheres estupradas se escondam e acabem protegendo seus algozes. Afinal, é comum elas ouvirem de policiais e da própria família que estavam embriagadas, usavam roupas curtas e apertadas, que andavam sozinhas à noite ou não deixaram claro que não desejavam o ato sexual. A vítima, portanto, sente medo e vergonha de denunciar.” No mormonismo há os padrões de vestimentas para as mulheres, quando elas não estão vestidas nos padrões mórmons, estão propensas aos ataques de Satanás, a culpa será única e exclusivamente delas.

No mesmo artigo, o médico continua: “A sexualização da mulher como objeto é outro fator que estimula o alto número de casos. Desde crianças aprendemos que o corpo da mulher é um objeto que pode ser consumido como qualquer outro. O menino cresce acreditando nisso e, o pior, a menina também.” - Numa aula do seminário para jovens mórmons uma foto foi tirada e postada na internet com instruções do professor aos rapazes. Era um poema e dizia o seguinte: Você tem duas grandes e fortes mãos. Esse era o título do poema. O conteúdo segue assim: Espero que você não me tente/pelas roupas que vestirá/me atiçando e me provocando/isto não é justo/pois o que me mostrar/eu acharei que posso passar a minha mão/então, se você não quiser que eu passe/não me mostre muito. Aí a justificativa é que as moças devem vestir-se dentro dos padrões estabelecidos pela igreja, caso contrário, serão responsabilizadas pelas consequências ocorridas por suas escolhas de roupas.


O 12º Presidente da Igreja brighamita Mórmon escreveu um livro chamado de “O milagre do Perdão”. Lá, ele escreveu que as moças podem ser parcialmente culpadas, e estarem pecando, quando forem estupradas e serem violentadas sexualmente. Ou seja, a culpa sempre será da mulher. Esse homem só podia ser um doente mental, mas para os mórmons era um homem de Deus e falava em seu nome.

Na Universidade Brigham Young em Utah, a cultura do estupro é notória e um perigo para as moças acadêmicas. A própria polícia, que deveria cuidar da ordem da universidade da Igreja mórmon não faz nada no sentido de punir o estuprador, pois, como a maioria dos seus integrantes é membro da Igreja, não coloca em risco o nome da instituição, com possíveis escândalos. Por outro lado, uma estudante que for violentada na Universidade Brigham Young e denunciar o estupro, pode ser expulsa da instituição, porque acredita-se que se houve o estupro, foi por culpa dela, não do estuprador. O Escritório de Código de Honra da Universidade Brigham Young a expulsará, caso haja denúncia de estupro. entretanto, a Universidade foi punida por acobertar essa infame prática.

A taxa de estupros entre os mórmons de Utah está acima da média nacional americana. E isso já acontece por 25 anos seguidos. E agora? Dirão que estou errado? Aguardo a manifestação dos membros ativos do mormonismo quanto o assunto. A cultura mórmon do estupro existe ou não? Me digam!!!


Nenhum comentário:

Postar um comentário