Resposta ao discurso do Élder Carlos A. Godoy - Primeiro Conselheiro na Presidência da Área Brasil, quando se referiu ao Livro de Mórmon, como sendo o “livro dos livros”, em Outubro de 2011. Ele enumerou três tópicos principais para o seu discurso, ao qual chamou de “verdades para os não membros”. Eu li estes tópicos e resolvi respondê-los dentro do meu conhecimento como um ex-Mórmon. Vejamos:
1. Por que o Livro de Mórmon é tão polêmico para os não membros da Igreja? Este foi o primeiro tópico mencionado. Elder Godoy diz que uma das razões é porque, para os não membros há uma dificuldade em aceitar outro livro de escrituras, além da Bíblia. Em seguida, ele cita algumas escrituras da bíblia para se fundamentar numa possível nova revelação (o livro de Mórmon). Para mim, a resposta é mais do que a dificuldade de aceitar novas escrituras. O problema é que o próprio livro de Mórmon já nasceu cheio de defeitos. Se fosse para ser uma escritura sagrada, porque fizeram milhares de correções? E ainda continuam tentando suprimir partes embaraçosas, como textos preconceituosos ou racistas? O livro de Mórmon não tem base científica alguma! Nem histórica, nem genética, nem geográfica, nem arqueológica, nem antropológica. A ciência refuta categoricamente este livro para qualquer embasamento de pesquisa. Por essas razões, os não membros não aceitam-no.
2. Por que o Livro de Mórmon é tão importante para nós, membros da Igreja? Eu hoje encontrei da seguinte maneira, uma resposta para esta questão. A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, através de seus líderes propagou por anos, que o Livro de Mórmon é a base, a pedra fundamental da sua religião. Que se uma pessoa quiser ser mais perfeita deve ler continuamente este livro. Pois, segundo estas mesmas pessoas, ali está “a plenitude do evangelho eterno”. Eu fui um dos membros que abandonou o mormonismo por ter pesquisado mais a fundo, evidências sobre o livro de Mórmon. Certa vez, fui convidado para discursar numa Conferencia de Estaca, em Lages e Curitibanos. O tema do discurso era “Evidências sobre o livro de Mórmon”. Corri para a internet, para achar algum conteúdo, para enriquecer a mensagem a ser compartilhada, com as pessoas que estariam presentes, nas sessões da Conferencia. Encontrei sites e blogs apologéticos Mórmons que continham frases: “há estudos de que..., Foi descoberto recentemente..., Há indícios de que..., Estudiosos afirmam que..., Testes tem sido feitos que comprovam isso ou aquilo... (Só que não diziam quem fez os estudos, as descobertas, os testes, etc.)” Era algo vago, vazio! Para mim, o Livro de Mórmon não é importante para ninguém, especialmente, se for membro da Igreja. Simplesmente porque é uma aberração e porque tem cunho alienatório. O membro é instado constantemente a ler e reler, ler e reler sistematicamente este livro. Mesmo que nada faça sentido, o membro crê que está correto. Não consegue notar as falhas, os erros e as fraudes. Vejam bem o argumento do Elder Godoy: “Se o Livro de Mórmon é verdadeiro” e milhões têm esse testemunho - isso significa que Joseph Smith foi um profeta de Deus e, consequentemente, a Igreja por ele restaurada é a única Igreja verdadeira na face da Terra. Se o livro fosse falso, tudo em que acreditamos cairia por terra. Por essa razão, os inimigos da Igreja tentam - sem sucesso - desde o início dessa obra, desacreditar seu conteúdo e suas verdades”. Que tipo de testemunho ele se refere? Como alguém pode saber se algo é verdadeiro se não houver provas? Onde estão as provas de que o livro de Mórmon é verdadeiro? Simplesmente, não existem!
3. O que o Salvador pensa a respeito do Livro de Mórmon? De acordo com o Elder Godoy, “o Senhor espera que o usemos de diferentes maneiras. Somos exortados a estudá-lo, a ponderar em nosso coração e orar a respeito de seus ensinamentos (ver Morôni 10:4). Somos exortados a usá-lo em nossas mensagens (ver D&C 42:12). Mais do que tudo, somos exortados a viver seus princípios, pois "um homem poderia aproximar- se mais de Deus seguindo seus preceitos do que os de qualquer outro livro" (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, p. 68)”. O que poderemos estudar neste livro? Que tipo de aprendizagem poderemos colher de suas páginas? O que eu posso tirar de proveito com histórias iguais à de Néfi matando Labão, sendo justificado por Deus? Guerras e mais guerras? Será que encontrarei lá explicações, sobre a metalurgia citada na America pré Colombiana? Sobre a fauna e a flora desta mesma época? Segundo os cientista modernos, “não encontraram evidências comprobatórias” atestando a veracidade do texto. Eu gostaria de aprender sobre uma língua chamada “egípcio reformado”, mas no único lugar na terra que cita esta língua, ou seja, no livro de Mórmon, não há um único caracter disponível. Gostaria de aprender sobre o Urim e Tumim. Sobre como as pessoas (nefitas) fundiam o ouro em placas tão finas e uniformes, sem conhecimento de máquinas elétricas ou plainas, para que essas lâminas ficassem tão polidas, uniformes e lisas. Acho que poderíamos aprender sobre o sistema monetário utilizado pelos nefitas, mas não sabemos onde estão as suas moedas. Que pena! Eu gostaria de saber, estudando este livro, como é que uma pessoa boa é branca e depois fica negra só porque briga ou se rebela contra alguém? E depois dos lamanitas terem aceitado os ensinamentos dos nefitas (que supostamente era o evangelho de Deus), através da pregação feita pelos filhos de Mosias, por que não ficaram brancos novamente? Ler é uma coisa, estudar é mais difícil! Simplesmente porque não há respostas. A fé não explica isso! É tolice dizer que o testemunho ajudará a comprovar que Joseph Smith ou a Igreja são verdadeiros. Acho que esse discurso do Elder Godoy não me convenceu mesmo. Espero ter respondido estas palavras e ter ajudado outras pessoas a não caírem neste engodo chamado “leitura do livro de Mórmon!”
Élder Carlos A. Godoy é Primeiro Conselheiro na Presidência da Área Brasil (Outubro/2011)
http://www.lds.org.br/brz_mn_show.asp?v_section=5&v_codi=52&v_mask=AKLPORDART
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