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quinta-feira, 7 de maio de 2015

POR DENTRO DO IMPÉRIO MÓRMON

As finanças da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias têm sido constantemente, objeto de discussão no meio das interações entre ex-Mórmons e membros “ativos” da seita. Há alguns anos, a revista americana Bloomberg Businessweek, de julho de 2012, especializada em economia e negócios, publicou sobre esse assunto, inclusive com uma estampa na capa.
O assunto foi o mesmo dos acalorados debates entre ex-Mórmons e membros: A alta lucratividade das empresas mantidas pela Igreja e a total falta de transparência na divulgação dos resultados financeiros. Nenhum membro da igreja, de qualquer Ala no Brasil sabe exatamente sobre os números dos balanços patrimoniais fechados pelas indústrias da corporação mórmon Inc.
Quando perguntados sobre o assunto, respondem o que ouviram seus líderes falarem. Que a Igreja não é autossuficiente em dízimos e ofertas no Brasil. Que os dízimos não pagam nem as despesas de manutenção e conservação das capelas, etc. e etc.
A capa estampava o título: “Por dentro do império Mórmon”. Numa brincadeira de uma ilustração, amplamente divulgada no meio SUD, João Batista aparece a Joseph Smith Jr. e Oliver Cowdery. Colocando suas mãos sobre Joseph Smith Jr. e Oliver Cowdery, diz: “…E construirás um shopping, terás ações do Burguer King e abrirás um parque temático polinésio no Havaí, que será grandemente isento das frustrações de impostos…”. A isso, Joseph Smith Jr. responde: “Aleluia”.
De acordo com o historiador Dennis Michael Quinn (Foi professor na Brigham Young University, pediu para sair do mormonismo em 1988) “as finanças da Igreja são tão compartimentadas, que provavelmente, não há uma única pessoa, nem mesmo o Presidente da Igreja, que saiba tudo a respeito do dinheiro possuído e movimentado pela instituição.
Como outras organizações religiosas nos EUA, a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias tem isenções de impostos em relação ao seu patrimônio imobiliário, assim como doações. Isso também inclui títulos financeiros doados. O candidato derrotado à presidência dos Estados Unidos, Mitt Romney e outros associados na sua empresa Bain Capital, doaram milhões de dólares em ações, entre 1997 e 2009, incluindo US$ 1 milhão da Domino’s Pizza e US$ 2 milhões do Burger King.
As organizações sem fins lucrativos mantidas pela Igreja às vezes parecem ser lucrativas, afirma a revista. O Centro Cultural Polinésio, no Havaí, por ex., recolheu em 2010 US$ 23 milhões em vendas de ingresso e US$ 36 milhões em doações livres de impostos. As isenções do complexo cultural são federais, uma vez que localmente tribunais do Havaí consideram-no uma empresa comercial.
O Havaí também é sede da Hawaii Reserves, empresa com fins lucrativos, que possui terras, edifícios comerciais e residenciais e dois cemitérios.
A maior empresa comercial de propriedade da Igreja é a Deseret Management Corp., que possui diversas subsidiárias. A Deseret Management Corp. tem entre 2 a 3 mil funcionários e patrimônio anual estimado em US$ 1.2 bilhões. Apesar dos fins lucrativos, ela também conta com cerca de 1.400 voluntários, em grande parte aposentados.
A Deseret Management Corp. é presidida por Keith McMullin, 70 anos, que até a última Conferência Geral era o segundo conselheiro no Bispado Presidente. Ao ser desobrigado, McMullin foi convidado pelo presidente Monson a trabalhar na Deseret Management Corp.
Ao todo, há 10 diretores na Deseret Management Corp.: os três membros da Primeira Presidência, os três do Bispado Presidente, outros três apóstolos seniores e  McMullin.
As empresas comerciais pagam 10% dos seus rendimentos à Igreja, como dízimo. Sobre o City Creek Center, um super shopping que custou bilhões, o presidente da Deseret Management Corp. diz, que a Igreja não tem o propósito de obter lucro: “Haverá um retorno? (…) Sim!”
A Igreja também possui um fundo de investimento chamado Ensign Peak Advisors, “que emprega gerentes especializados em ações internacionais, gestão de tesouraria, renda fixa, investimento quantitativo e  mercados emergentes”. Essa parece ser a empresa mais lucrativa e menos pública de todas. De acordo com um de seus vice-presidentes, “bilhões de dólares mudam de mãos todos os dias”.
Empresas voltadas ao agronegócio incluem a Sooner Cattle Co., sediada em Oklahoma e com vendas anuais estimadas em US$ 760 mil; Agrinorthwest, com 161 subsidiárias e vendas estimadas em US$ 68 milhões anuais, sediada no estado de Washington; Deseret Land and Livestock, que atua em Utah e Wyoming, possuindo cerca de 8500 cabeças de gado; AgReserves, com fazendas no Canadá, Austrália, Grã-Bretanha e América Latina.
No ramo de seguros, a Igreja possui a Beneficial Life Insurance Company, que obteve a renda líquida de US$ 17 milhões em 2010 e ativos avaliados em US$ 3.3 bilhões.
Como é comum no meio dos membros da igreja, a reportagem da Bloomberg Businessweek gerou algumas reações por parte dos membros, denunciando supostas distorções da reportagem ou mesmo, perseguição.
O fanatismo incorporado nos membros ditos “firmes” provoca vendas em seus olhos. Como cavalos que usam viseiras, só enxergam o que lhes convém. 

2 comentários:

  1. Enquanto isso, milhares de membros no Brasil e no mundo passam por privações básicas com saúde e educação e tem que tirar 10% no mínimo de seus salários mínimos suados por causa do condicionamento/adestramento emocional- cerebral que recebem aos domingos e que as fazem acreditar que essa é a vontade de Deus enquanto a cúpula arrota o caviar que esses inocentes ajudaram a comprar as custas de suas próprias privações e o pior, ensinadas que se não o fizerem serão castigados por Deus com mais privações ou com medo de não receber desse mesmo Deus bençãos. Que o Senhor conceda uma renovação de pensamento a seus filhos aqui nesse país. Como Ele mesmo diz em sua palavra: ...e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará... obrigada pelo post, ajudará a divulgar fatos/verdades relevantes, mas que não são objeto de explanação nas reuniões dominicais.

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  2. Antonio Carlos Popinhaki, muitíssimo interessante sua publicação detalhada sobre a fortuna trilionária dos mórmons e mais interessante é saber que o historiador Dennis Michael Quinn deixou o mormonismo talvez porque a consciência dele não aceitar tanta coisa absurda.
    Só tenho uma observação: A vida de Cristo, a quem os verdadeiros Cristãos deveriam se espelhar, sempre andou nas estradas poeirentas do velho mundo, sempre egando o amor e a caridade, dependendo da bondade das pessoas em alimentá-lo e dar abrigo, pois Ele mesmo afirmou que não tinha onde reclinar a cabeça. Não possuía riquezas terrenas, ouro, prata, dinheiro ou propriedades, e foi enfático ao afirmar que tais coisas terrenas arruínam a alma, e nos ensinos dele, o verdadeiro Mestre, somente a busca espiritual nos aproxima de Deus.

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