Queridos irmãos, hoje não é o primeiro domingo do mês, entretanto, eu gostaria de compartilhar o meu testemunho com vocês.
Eu fui casada por 10 anos. Quando eu tinha 07 anos de casamento, meu ex-marido era o bispo da nossa Ala. Então, enquanto ele ainda era bispo, eu descobri que ele estava me traindo com uma colega de trabalho. Eu tinha mensagens de celular como prova. Depois de muita discussão familiar e de meu ex não admitir a traição, eu liguei para o Presidente da Estaca. Relatei o problema a ele. Claro, que como boa esposa Mórmon submissa, primeiro eu tentei resolver o problema em casa, o fato é que mesmo com todas as provas e com a própria irmã do meu ex-marido que havia testemunhado a ligação que eu havia feito para a amante, onde ela confessava tudo, o Presidente da Estaca não fez nada.
Sim... Meu ex-marido continuou como bispo, porque segundo o Presidente da Estaca, ele não tinha confessado pecado algum. E sendo assim, a igreja não podia tomar nenhuma posição...
Apesar de toda a dor, eu lutava para ter uma família eterna. Meu ex-marido me traiu por mais duas outras vezes. Na terceira vez, sendo incapaz de continuar com tamanho sofrimento, eu orei a Deus. Eu disse a ele, que eu não conseguia mais lutar para continuar tendo um casamento. E eu senti a resposta clara de Deus... Era tão claro, como uma resposta ouvida com os ouvidos humanos... Divorcia-se dele...
Eu então tomei a decisão de me divorciar. E o que a igreja fez???
Me julgou. Me crucificou. Durante uma aula da Sociedade de Socorro eu prestei o meu testemunho, de que sabia que Deus estava do meu lado na decisão de me divorciar. Eu disse, que eu sabia que Ele me apoiava. As irmãs da Sociedade de Socorro ficaram horrorizadas. Disseram-me, que eu estava ensinando apostasia. Uma delas se levantou e foi até o bispado. Contou ao Bispo o que eu havia dito. O Bispo me chamou. Quando eu entrei na sala, ele estava com seus dois Conselheiros. Então eles me “descascaram.” Disseram que eu não podia dizer aquilo, que eu era o espelho da igreja, que meu marido havia sido o Bispo até bem pouco tempo e que as outras irmãs podiam me pegar como exemplo e começar uma onda de divórcios na igreja...
Conclusão... Eu discordei… Eles me desassociaram por uma ano...
E querem saber mais? Eu continuei indo na igreja. Eu não podia abandonar a minha fé. Eu acreditei que eu estava errada.
Meu bispo nunca me acompanhou nesse período. Minha desassociação, que deveria ter durado um ano, durou um ano e 10 meses por simples falta de interesse do meu Bispo em me readimitir. Por fim, ele me readimitiu. Entretanto, eu nunca mais fui a mesma. Eu fui enfraquecendo, até decidir que não queria mais, depois de 22 anos, fazer parte daquele lugar...
Recentemente, eu comecei a pesquisar sobre a história da igreja. Tem sido um bálsamo restaurador para me libertar de tudo isso… Enfim... Obrigada...
Extraído de um depoimento na Comunidade de Apoio a Ex-Mórmons do Facebook 2017. A opção do anonimato é do autor do blog.
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