Sou um "Mórmon" e não tenho
interesse de mudar de religião ou de abandonar o mormonismo. Já falei para o
Popinhaki que sair do mormonismo está fora dos meus planos. Não nasci na
igreja, mas fui batizado com 8 anos de idade. Meus pais não eram membros da
Igreja, Meu vô que já é morto, batizou primeiro, depois foi minha vez e em
seguida minha mãe. Cresci na Igreja conforme podia, não entendia muito sobre o
que era ensinado na Igreja, mas achava tão lindo. Diferente da nossa casa, onde
dizíamos coisas vulgares, apesar de sermos três membros da igreja (eu, meu vô e
minha mãe).
Nos domingos, quando eu era
criança, eu não tinha desejos loucos de ir na igreja aos domingos. Meu vô que
era mais assíduo, me levava meio que “forçado”, ele falava muito sobre o “dia
do Senhor”. Eu ia, não gostava de ficar escutando as pessoas falar, não
entendia muito do que falavam, mas gostava dos hinos e da amizade com outros
garotos da Primária.
Quando atingi a idade de ir
para a missão, me mandaram meio que “à força” pois eu nunca tinha saído de
perto da “saia de minha mãe”. Morávamos numa cidade no norte de Santa Catarina,
fronteira com uma outra cidade do Paraná. Então fui para a missão, me mandaram
para o nordeste brasileiro, com um clima diferente, uma cultura diferente e
hábitos diferentes. Bem diferentes do que eu conhecia e estava acostumado, a
começar com a comida, sotaques, temperatura.
Tive vários companheiros de
missão, encrenquei com alguns, mas me dei bem com outros. No final dos dois
anos, voltei para casa e logo estava casado. Agora temos filhos e a situação
financeira não é das melhores, pois temos financiamentos e dívidas para
pagarmos. Pensei dias atrás sobre o mandamento de crescer e multiplicar.
Acredito que este mandamento deveria ser revogado, pois os tempos mudaram no
mundo todo. A dificuldade de ter uma família com filhos é enorme. Ainda mais
para uma pessoa que não tem muita qualificação profissional e é pobre, como no
meu caso.
Ocupei vários cargos
voluntários na Igreja e não estou muito à vontade para executar mais algumas
tarefas que os atuais cargos me chamam a executar. Trabalho de dia, desde o início
do dia até a noite para sustentar minha família e pagar minhas dívidas. Não tenho
muito tempo para visitas de mestres familiares e ir na igreja em alguns dias da
semana.
Ao ler este blog,
questiono-me profundamente. Será que esta é de fato a “obra do Senhor?” Será
que por eu ter crescido na Igreja e ter aprendido sempre essa afirmação, estou
plenamente convencido e não há margens para pesquisas ou questões?
Não mentirei que tenho
muitas dúvidas, mas mesmo assim, continuarei na Igreja. Afinal de Contas, meu
vô aceitou essa “verdade”. Certo ou errado, agora não quero mudar.
Minha esposa, que é
inteligente (acho que muito mais do que eu), está com muitas dúvidas após ler o
blog do Popinhaki. Eu disse para ela que qualquer decisão que ela vier a tomar
é entre ela e Deus. O mesmo valerá para mim. Obrigado por publicar meu e-mail.
“Negão quer mais luz, por
isso veio até a presença do Senhor!” (estranho, mas é assim que vou assinar essa
mensagem!
Prezado Popinhaki
ResponderExcluirFui membro da igreja por muitos anos, sempre tive algumas dúvidas sobre as doutrinas da igreja. Quando eu indagava a respeito da poligamia no passado mórmon e no porquê os negros, antes de 1978 não podiam receber o sacerdócio, eu sentia que eles queriam evitar o assunto, me diziam que a poligamia no passado foi um mandamento de Deus e que o importante é que os negros já podiam receber o sacerdócio e que deixássemos o passado e olhássemos para frente. comecei a estudar a igreja através de sites, blogs, história dos Estados Unidos e descobri muita coisa que a igreja não ensinava e não tocava no assunto. depois de assistir um vídeo recente de 2008 do senador mórmom Buttars de Utah o qual disse que bebês negros eram escuros e feios, vi que aquela visão do senador era a mesma de quem vota nele, ou seja, os mórmons de Utah, descobri que a igreja continua racista, preconceituosa e escondendo seu passado sombrio. Por tudo que descobri estou de saída da igreja, eu e minha família.Iremos procurar uma que as pessoas realmente se importe com o próximo. Obrigado pelo espaço Popinhaki.