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segunda-feira, 17 de julho de 2017

MODELO JURÍDICO DE CARTA DE RENÚNCIA LAVRADA EM CARTÓRIO

Eu, de boa fé, em 1980 me filiei à "Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias"; de 1982 a 1984, eu servi uma missão de tempo integral (Missão Brasil-São Paulo); em janeiro de 1986 me casei no Templo de São Paulo com minha querida esposa; tivemos duas lindas filhas; fomos Oficiantes do Templo de São Paulo e também do Templo de Porto Alegre; dedicamos todo nosso tempo, esforço, recursos financeiros, energia física e emocional nos inúmeros chamados que tivemos, os quais sempre exigiam muito, (especialmente o chamado de Bispo, o qual me consumiu com um turbilhão de reuniões semanais e exigências descabidas do Presidente de Estaca). Durante todo o tempo, nós fomos dizimistas integrais, bem como fazíamos mensalmente doação para o fundo missionário, fundo de jejum, ajuda humanitária...
Líamos diariamente o Livro de Mórmon individualmente e em família; fazíamos orações; reuniões familiares; trabalho de história da família (onde obtivemos mais de 15 mil nomes de antepassados, para "abençoá-los" por meio do batismo vicário e outras ordenanças do Templo). Foi graças ao apego à Genealogia e História Familiar que eu e minha esposa tivemos interesse em conhecer de forma mais aprofundada a gênese do mormonismo e descobrir mais sobre os primeiros anos da igreja... e nos deparamos com um mar de fraudes, mentiras, embustes e falácias…
Após três anos intensos de estudos, nós decidimos pedir formalmente a remoção de nossos nomes, por meio de escritura pública lavrada em cartório, a qual foi efetuada em dezembro de 2006, e encaminhadas ao Presidente de nossa Estaca, bem como ao Bispo de nossa Ala, cujo teor parcial compartilho com vocês:
"S/A/I/B/A/M quantos esta pública Escritura de Renúncia/Pedido Formal de Exclusão, virem que, em quatorze de dezembro de dois mil e seis, nesta cidade de Porto Alegre, Capital do Estado do Rio Grande do Sul, em Cartório, perante mim, Tabelião que esta subscreve, compareceram: FULANO DE TAL (minha qualificação pessoal; a da minha esposa e de minhas 2 filhas) considerando o direito fundamental da pessoa humana de não ser obrigada a agir contra sua própria consciência e o direito à liberdade de crença, conforme instituído na Declaração Universal dos Direitos Humanos, que dispõe, em seu artigo 18, ipsis litteris: "Art. 18. Todo homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância isolada ou coletivamente, em público ou em particular", e ainda, com fundamento legal na Resolução n.º 36/55 da Organização das Nações Unidas, em seu artigo 1º, verbis: "Art. 1º. Ninguém será sujeito à coerção por parte de qualquer Estado, instituição, grupo de pessoas ou pessoas que debilitem sua liberdade de religião ou crença de sua livre escolha"; tal direito está plenamente assegurado pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, até porque, trata-se de Cláusula Pétrea. “Ex Positis", em Cartório, perante mim, Tabelião que esta subscreve, vieram, as partes acima qualificadas, por esta Escritura, declaram os presentes reconhecidos pelos documentos apresentados nesta Escritura, do que dou fé pública, a presente Renúncia/Pedido Formal de Exclusão, (embora os declarantes já não se considerem membros de "A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias"), querem, em caráter irretratável, ser FORMALMENTE REMOVIDOS dos anais desta denominação religiosa, com a imediata exclusão dos seus nomes dos registros de “A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”, razão pela qual não estão em hipótese alguma sujeitos às regras do mormonismo, mesmo suas políticas, crenças, doutrinas, princípios, ensinamentos e muito menos, qualquer "ação disciplinar", até porque, enquanto membros desta igreja, suas vidas estiveram centradas em servir honrosamente seus chamados, pagar integralmente o dízimo, frequentar regularmente o templo, seguir a “palavra de sabedoria”, participar das reuniões dominicais, orar individualmente e em família, realizar “noites familiares”, estudar as “obras padrão” desta igreja e cumprir com outras exigências requeridas de um membro. Os declarantes esclarecem que, esta decisão não tem nenhuma ligação com "atos pecaminosos", pelo contrário, a bem da verdade, está alicerçada em um longo e pormenorizado estudo familiar diário realizado pelos declarantes, que se iniciou há vários meses e se estende até o presente momento, onde se depararam com a VERDADEIRA ORIGEM DO MORMONISMO, e, vieram a ter o desprazer de descobrir através de fontes históricas e documentos verossímeis que o pretenso "Profeta Joseph Smith Junior", foi um impostor e que esta religião não é o que alega ser, ou seja, "a única igreja verdadeira sobre a face da terra", não passando de uma fraude, ou seja, os declarantes sentem-se vítimas de um engodo, eis que passaram muitos anos de sua existência terrena, consagrando seu tempo, talentos, recursos financeiros e até mesmo suas vidas, em prol de uma mentira que hoje denominam simplesmente de ilusão mórmon. Declaram estar perfeitamente cientes das "consequências" desta ação. Cumpre salientar que cada um dos declarantes teve a honra e privilégio de ponderar profundamente, de tomar esta decisão primeiramente de forma pessoal e em seguida através de um conselho familiar, razão pela qual entendem com clareza, que, de acordo com os ditames do "manual geral de instruções" SUD, uma vez removidos os seus nomes dos registros desta igreja, estarão igualmente cancelados os "efeitos do batismo e da confirmação", "sacerdócio" que eventualmente os declarantes do sexo masculino tenham sido "ordenados" e que as "bênçãos do templo", serão "revogadas", inclusive as do "casamento celestial" e outros "convênios" que porventura foram efetuados; Enfatizam os declarantes que o presente termo de renúncia deve ser processado imediatamente, sem período de espera. Importante também salientar que NÃO QUEREM TRAVAR QUALQUER TIPO DE CONTATO com o "bispado da Ala Porto Alegre 1", com a "presidência de qualquer estaca da cidade de Porto Alegre", ou qualquer outro líder desta igreja, seja ele quem for. A única e última notícia que os declarantes querem ter é a confirmação formal de que não são mais membros de “A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”. Por fim, esperam os declarantes que este assunto seja tratado com respeito e celeridade.


Pois bem, já se passaram mais de DEZ anos que nos livramos da "bolha mórmon", e, muito embora, muitos pensavam que nossa vida se transformaria num mar de miséria e iniquidade, o que aconteceu foi exatamente ao contrário, pois nosso relacionamento familiar está muito melhor; continuamos a ser pessoas honestas, íntegras, corretas, éticas, temos prosperado em todos os sentidos, seja do ponto de vista emocional, intelectual ou financeiro.
Nos sentimos maravilhosamente bem. Nossos pretensos amigos que ainda continuam frequentando a igreja, e consequentemente vítimas do mormonismo (como eu fui) são induzidas pelos líderes locais a pensar que Satanás se apoderou da minha pessoa e de minha família... Sabemos que é um pensamento vazio derivado do fanatismo. Para muitos de nós, de fato, hoje enxergamos a vida com muito mais beleza e profundidade do que jamais pensávamos ser possível quando dentro da cápsula do mormonismo. Isso é maravilhoso, e talvez, a melhor mensagem que podemos dar: Viver bem e de forma plena realmente é a melhor vingança!

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