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quarta-feira, 10 de abril de 2019

O QUE O LIVRO DE MÓRMON DIZ DE CRISTÓVÃO COLOMBO?

Assisti recentemente à série da televisão espanhola “Isabel, a Rainha de Castela”. Fiquei muito impressionado como se deu efetivamente o descobrimento da América. Enquanto assistia os acontecimentos mostrados no enredo, eu lembrei de alguns escritos do Livro de Mórmon.


“E olhei e vi entre os gentios um homem que estava separado da semente de meus irmãos pelas muitas águas; e vi que o Espírito de Deus desceu e inspirou o homem; e indo esse homem pelas muitas águas, chegou até a semente de meus irmãos que estava na terra da promissão.”(1 Néfi 13:12)


Em contraste com o que eu assistia na série televisiva, o Livro de Mórmon afirma que Cristóvão Colombo foi um homem que recebeu inspiração de Deus para atravessar o oceano Atlântico e chegar no continente americano.
Nos anais da história sabemos que quando houve o contato com os índios, imediatamente aconteceu o começo do extermínio dos mesmos. O próprio Colombo levou como prisioneiros alguns nativos para expor no reino de Castela. Depois estes índios morreram, por doenças europeias ou foram escravizados por mercadores.
O Livro de Mórmon diz que os ameríndios são descendentes de Leí que fugiu de Jerusalém 600 anos antes de Cristo. Depois de navegar por algum tempo numa embarcação construída por meios miraculosos, chegaram à América num lugar incerto até os dias atuais.
O que me chamou a atenção é que nas palavras do Livro de Mórmon, Deus inspirou Cristóvão Colombo a descobrir o continente americano e dar início à destruição de milhões de homens, mulheres e crianças. Qual o sentido disso? Esses seres humanos não eram igualmente filhos de Deus?


“E aconteceu que vi o Espírito de Deus inspirar outros gentios; e eles saíram do cativeiro, atravessando as muitas águas. E aconteceu que vi muitas multidões de gentios na terra da promissão e vi que a ira de Deus estava sobre a semente de meus irmãos; e eles foram dispersos pelos gentios e foram feridos.” (1 Néfi 13:13-14)


Pergunto mais uma vez. Qual o sentido e o propósito de tamanho genocídio? Que amor é esse que Deus, o Pai tem por seus filhos? Sofrimento, castigos e morte foi o que os nativos americanos receberam dos europeus após a descoberta da América em 1492 D.C.
Seria por causa da cor da pele? O Livro de Mórmon é um livro que contém muita literatura de cunho racista. Colombo e seus marinheiros, inegavelmente eram todos brancos. No Livro de Mórmon eles foram descritos como “brancos, belos e formosos”. Já os nativos tinham a pele um pouco morena em relação aos europeus. Seria esse o motivo pelo qual Deus os amaldiçoaria e os condenaria até à extinção?


“E vi que o Espírito do Senhor estava sobre os gentios e eles prosperaram e receberam a terra por herança; e vi que eram brancos, muito belos e formosos, como era meu povo antes de ser exterminado. E aconteceu que eu, Néfi, vi que os gentios que haviam saído do cativeiro humilharam-se diante do Senhor; e o poder do Senhor estava com eles. E eu vi que as pátrias-mães dos gentios estavam reunidas sobre as águas e também sobre a terra, para batalhar contra eles. E vi que o poder de Deus estava com eles, e também que a ira de Deus estava sobre todos os que se achavam reunidos para batalhar contra eles.” (1 Néfi 13:15-18)


No mês de outubro do ano de 1991, a revista brasileira Super Interessante publicou um artigo sobre Colombo. Ao contrário do que o próprio mormonismo expressa através dos escritos do Livro de Mórmon ou de afirmações de seus líderes ao longo da história, o navegador em questão era um tanto excêntrico e nada inspirado:


“Livros como o recente The conquest of Paradise (A conquista do Paraíso) do americano Kirkpatrick Sale, apresentam um homem de paixões vulgares, devorado pela ganância do ouro, obcecado pelos títulos de nobreza, geógrafo contuso misturando astronomia com astrologia, navegador insensato, certo de que recebia ordens diretamente de Deus e que, apesar das quatro viagens à América, nunca conseguiu entender onde tinha chegado. Além do mais, de uma ferocidade bestial com os nativos indefesos, trazendo consigo da civilização européia apenas a forca, a fogueira e a espada, além da tuberculose e da varíola, o que fez dele o fundador da maior empresa de genocídio e devastação ambiental da história da humanidade. “Perto de Colombo”, comenta o ativista americano Russel Means, “Hitler não passaria de um delinqüente juvenil. Mas, afinal, quem era o verdadeiro Colombo? Seria realmente o paranóico que numa certa manhã de junho de 1494 decidiu que Cuba não era uma ilha e sim um continente, obrigou toda a tripulação a jurar solenemente essa “verdade” e avisou que se soubesse de alguém afirmando o contrário mandaria imediatamente arrancar sua língua? Que fim teria levado o querido e honrado Colombo dos livros escolares? Dos seus primeiros vinte anos não se sabe praticamente nada. Há razões documentais para se acreditar que nasceu em Gênova no ano de 1451. Mas nem todos estão de acordo. Apenas no século passado foram escritos 253 artigos acadêmicos sobre essa questão específica, com reivindicações para a Córsega, Grécia, Maiorca, Aragão, Galícia e Portugal, sem falar na França e na Polônia. Sabe-se, de certo, que sua língua preferida era o castelhano, pois servia-se dela para sua correspondência e suas anotações pessoais”.


Mais uma questão contra o Livro de Mórmon e também contra o mormonismo. Cristóvão Colombo nunca foi inspirado por Deus.

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