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quarta-feira, 10 de abril de 2019

OBEDECER CEGAMENTE OU CAIR FORA

O texto a seguir, eu recebi num comentário, abaixo de uma postagem sobre o tempo de 18 anos que eu permaneci dentro do mormonismo brighamita. Achei interessante. Resolvi compartilhar com todos os leitores do blog como uma nova postagem.


Fernando de Siqueira


Fiquei um pouco mais do que você. 28 anos. Posso dizer que a doutrina torna as pessoas orgulhosas. Elas acreditam ser abençoadas e superiores às demais pessoas, mesmo em relação aos outros membros. Eu acredito que isso se deve ao fato de que os membros são doutrinados dessa forma, a acreditarem que se cumprirem tudo o que for pedido serão melhores, serão mais fortes. Basta ver as promessas que estão nas escrituras deles. São promessas muito ambiciosas e que tocam no ego da pessoa. Se tornarão Deuses, governarão mundos, etc. Isso tudo na cabeça de uma pessoa com problemas de auto-estima ou sem muita escolaridade ou ainda ambiciosa e desejosa de poder, de status, enfim isso soa como música.
Então as pessoas de tornam orgulhosas, prepotentes e “nariz empinado”. Elas não dizem que são melhores do que você diretamente nos teus olhos, mas se comportam dessa forma, agindo como se fossem celebridades, pessoas mais importantes do que todos as outras. Existe de fato um orgulho muito grande e prejudicial dentro da Igreja Mórmon.
Posso dizer sem medo de errar que com poucas exceções, os líderes locais são pessoas que buscam muito mais status na posição de liderança do que ajudar, apoiar, edificar e fortalecer o próximo. Isso se deve também, em parte, à forma como a igreja organiza o trabalho como se fosse uma grande corporação empresarial, com manuais para tudo, com padrões, com regras rígidas que tornam seus líderes locais mais em administradores de Ala do que em líderes espirituais dos irmãos que precisam de ajuda.
Nos anos que estive lá, eu conheci líderes que ofendiam, aos gritos, julgavam pela aparência, pela idade, pelo corte de cabelo, rotulavam as pessoas como se tivessem o direito de fazer isso. Na verdade, eles pensam que têm esse direito e que não devem pedir desculpas. Nunca vi um líder pedir perdão por ter ofendido, magoado ou constrangido alguém em público. Eles sempre agem como se não tivessem feito nada de errado com você e passam por você como se nada tivesse acontecido.
Isso é muito ruim e causa danos terríveis às pessoas, emocionalmente, psicologicamente é como um bullying o que fazem lá.
Existe um autoritarismo muito grande do tipo, o líder manda e o membro obedece. Simples assim. Pobres daquelas pessoas que por algum motivo, não cumprem todas as designações e solicitações ou que têm dificuldades para viver todos os princípios. Essas são as maiores vítimas.
Para alguém conseguir viver naquela seita é preciso se submeter totalmente, obedecer cegamente e não questionar absolutamente nada. Essa é a única forma de conseguir ser aceito e fazer parte daquilo.
Honestamente, eu me afastei e pedi meu desligamento formal da Igreja após o meu divórcio. Me arrependo muito dos anos que fiquei lá e não recomendo a ninguém se associar àquela seita.

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